terça-feira, 31 de agosto de 2010

A casa na areia


A casa na areia

“Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica, é como
um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No
momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua
destruição foi completa”. Lucas 6:49
 
Por que alguém construiria uma casa sem alicerces? Há vários motivos como a pressa, preguiça, pobreza e outros. Muitas pessoas só têm aquele pedaço de chão e têm que edificar sua moradia lá, mas em Cristo não é assim. Todos podem obedecer, do mais pobre ao rico, do menos instruído ao doutor. Não há desculpa para não praticar o que Jesus ensinou. Você pode não atravessar o oceano para ser missionário em outro país, mas você pode atravessar a rua para falar de Jesus para seu vizinho. Você pode não ter a eloqüência do pregador, mas se conhece quem perdoou seus pecados, você sabe o suficiente para resgatar outro perdido. Uma visita ao hospital, uma palavra de
encorajamento a alguém, um quilo de arroz para uma família necessitada. Estes são os alicerces com os quais construímos a nossa moradia eterna. Todo mundo tem acesso a eles e só não usa quem não quer.
Como está a fundação da sua casa?

sábado, 28 de agosto de 2010

Que Deus Seja Seu Ouro


Que Deus Seja Seu Ouro

 

Se deixar de lado seu amor pelo dinheiro e jogar fora seu ouro fino ganho desonestamente, então o próprio Deus, o Todo-poderoso, será a sua riqueza, o seu ouro e a sua prata. Jó 22:24 e 25 (A Bíblia Viva).

O Estado de Idaho, onde moro, é popularmente conhecido como o "Estado-Gema" por causa de seus ricos depósitos minerais. Em 1860, o capitão E. D. Pierce descobriu ouro no ribeiro Orofino. A notícia da rica descoberta desencadeou uma corrida do ouro para a região, que na época fazia parte do Território do Oregon. Dois anos mais tarde, descobriu-se mais ouro na área que agora se chama Vale do Tesouro.

Subseqüentemente, uma forma curiosa de extrair ouro foi usada com sucesso ao longo do rio Snake. Sabia-se por muito tempo que grandes quantidades de partículas de ouro desciam pelos rios e ribeiros, vindas de montanhas que produziam o minério, e eram depositadas no cascalho e no leito de várias correntes d'água no Estado. Um homem empreendedor ligou uns tubos de sucção, acionados por máquinas a vapor, a barcas que atravessavam para lá e para cá essas correntes. Os tubos puxavam cascalho e areia para o convés. O material então corria por uma calha, e o cascalho aurífero era recolhido sobre mesas cobertas com bacias de cobre. Ali o precioso minério era amalgamado com mercúrio e posteriormente recuperado. As pedras brutas e cascalhos maiores eram jogados de volta para o rio.

Os homens têm percorrido distâncias extraordinárias para conseguir ouro, sacrificando por vezes a própria vida nessa busca. O ouro, ou aquilo que ele representa - riqueza material - exerce um tipo de fascínio hipnótico sobre muitas mentes, levando-as a agir de modo irracional. Dois jovens estavam ocupados na prospecção perto de Placerville. Eram irmãos carnais e sempre se haviam dado bem, mas um dia ambos viram uma pepita de ouro ao mesmo tempo. Os dois correram para pegá-la. Ocorreu uma luta corporal e acabaram matando-se um ao outro.

Não vale a pena perder a vida por nenhum bem deste mundo - ainda mais a vida eterna. Se as riquezas materiais estiverem exercendo uma fascinação desordenada sobre você, atente para o conselho de Elifaz: jogue-as entre as pedras dos ribeiros e permita que Deus seja o seu ouro.




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Melhor Maneira de Tratar um Inimigo


A Melhor Maneira de Tratar um Inimigo

Se o seu inimigo estiver com fome, dê-lhe algo para comer; se ele estiver com sede, dê-lhe um pouco de água. Assim, ele ficará arrependido do mal que fez a você; além disso, o Senhor dará a você a recompensa. Prov. 25:21 e 22 (A Bíblia Viva).

O soldado japonês típico da Segunda Guerra Mundial é lembrado por sua cruel insensibilidade para com o sofrimento humano. Como ex-prisioneiro, sei disso. Cheguei a compreender, entretanto, que esses homens foram vítimas do sistema satânico sob o qual serviam, pois eram tão indiferentes ao sofrimento de seus próprios feridos como o eram para com o dos inimigos.
Apesar dessa realidade, nem todos os soldados japoneses eram insensíveis. Recordo bem de uma vez em que, tarde da noite, um de nossos guardas foi na ponta dos pés até nossas barracas e cuidadosamente cobriu os presos que se haviam descoberto durante o sono. Também fiquei sabendo que o Tenente Tomibe Rokuro, que foi nosso comandante por algum tempo, chorou quando viu como a Kempeitai (polícia secreta) havia torturado alguns de nossos homens.
Houve também exemplos de compaixão revelados pelos aliados. Na Tailândia, onde minha esposa e eu trabalhamos como voluntários de 1990 a 1992, soubemos de um trem cheio de soldados britânicos que durante a Segunda Guerra foi desviado para outra linha férrea para uma espera demorada. Os britânicos ouviram os gemidos de japoneses feridos em um trem próximo. Alguns foram investigar e viram aqueles pobres homens num estado chocante de abandono. Sem dizer palavra, e sob protestos da guarda japonesa, os britânicos repartiram sua ração e a água, limparam e fizeram curativos nos ferimentos dos japoneses da melhor forma que puderam. Ao saírem, ouviram os agradecidos soldados inimigos dizendo: "Arigato" (muito obrigado).
Um oficial aliado que havia observado a cena criticou os bons samaritanos por terem "prestado ajuda e dado consolo ao inimigo". Fizeram-no recordar, entretanto, que o Bom Samaritano original ajudara um inimigo (S. João 4:9; S. Luc. 10:33) e, assim, por que não poderiam eles fazer a mesma coisa?

Bondade Para com Estranhos
Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos. Lev. 19:33.

Era domingo à noite, 29 de dezembro de 1946. A primeira edição do jornal Miami Herald havia acabado de ir para a impressão. Timothy Sullivan, redator, preparava-se para ir para casa e ter uma bem-merecida noite de descanso, quando seu telefone tocou e uma voz de mulher começou a implorar:
- Por favor, me ajude! Meu marido está tendo uma hemorragia e vai morrer!
O moribundo era Rudy Kovarik, do Estado de Michigan. Ele e sua esposa estavam de férias na Flórida, quando a úlcera do estômago dele começou a sangrar e ele foi levado às pressas para o Hospital Biscayne. Uma úlcera sangrando não é necessariamente uma ameaça à vida. A situação, no entanto, era crítica porque o tipo de sangue de Kovarik era raro, AB com RH negativo, e não estava sendo encontrado em toda a região. A menos que um doador com aquele tipo de sangue fosse localizado em pouco tempo, os médicos temiam que Kovarik não amanhecesse vivo.
O que poderia fazer um redator de jornal? Um homem estava morrendo. Sullivan teve uma idéia. Telefonou para a emissora de rádio WCBS, alguns quarteirões adiante, e pediu para falar com o locutor Walter Winchell, que devia ir ao ar dentro de minutos com o noticiário. Relutantemente, o telefonista permitiu que Sullivan falasse com Winchell. Dentro de poucos minutos, Winchell irradiou a notícia acerca de Kovarik, dando o nome do paciente e os números do telefone do hospital, do posto policial e do escritório do redator do Miami Herald.
Dentro de minutos, esses telefones ficaram congestionados com ligações vindas de todo o país, oferecendo doações de sangue. Um dos oferecimentos veio de um soldado que estava de licença, hospedado num hotel a uns dois quarteirões do hospital. Dentro de minutos, o sangue transportador de vida fluía para dentro das veias do debilitado paciente. A vida de Kovarik foi salva. Algumas semanas mais tarde, Sullivan obteve a recompensa quando o agora restabelecido Kovarik entrou em seu escritório para expressar-lhe gratidão, não mais como um estranho, mas como amigo.
Às vezes somos recompensados nesta vida por demonstrar bondade, mas não contemos com isso. Sejamos bondosos para com os outros, não porque pode aparecer alguma recompensa, mas porque o amor de Cristo nos constrange a fazer o bem.

Nobre Vingança
Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem, entre vós, e para com todos. I Tes. 5:15.

Certo dia, um oficial do exército bateu num jovem soldado que era conhecido por praticar artes marciais. O golpe era injustificado, mas os regulamentos militares proibiam o revide; além disso, o jovem era cristão.
- O senhor ainda vai se arrepender disso - comentou o soldado com um sorriso.
Tempos depois, a companhia daquele soldado estava envolvida numa feroz batalha, quando ele viu um oficial ferido tentando desesperadamente arrastar-se de volta para a trincheira. O jovem soldado reconheceu-o como o oficial que o havia golpeado. Arriscando a própria vida, foi em auxílio do homem ferido e ajudou-o a ir a um posto de primeiros socorros.
Enquanto o oficial jazia deitado no chão, esperando que os médicos o atendessem, tomou a mão do soldado, gaguejou um pedido de desculpas e expressou-lhe gratidão. Apertando a mão do oficial, o jovem soldado deu uma risadinha amigável e disse: "Eu tinha certeza de que algum dia o senhor se arrependeria." Dali em diante, os dois tornaram-se os melhores amigos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Desmond T. Doss, um soldado cristão não-combatente, foi ridicularizado por causa de sua fé, até mesmo por alguns dos oficiais. Durante a campanha de Okinawa, um daqueles oficiais foi gravemente ferido. Doss também arriscou a vida para salvá-lo. Salvou igualmente a vida de muitos outros homens feridos, alguns dos quais haviam anteriormente zombado dele. Em reconhecimento por sua coragem, uma nação grata concedeu-lhe a Medalha de Honra do Congresso, a mais alta condecoração por bravura outorgada pelos Estados Unidos - e a primeira dessas medalhas a ser dada a um não-combatente.

Pague o Mal com o Bem
Não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados. I S. Ped. 3:9.

Li pela primeira vez acerca de Jacob de Shazer no jornal San Francisco Chronicle, no final de 1945 ou início de 1946. Isso aconteceu apenas alguns meses após a minha libertação do campo de concentração nas Filipinas.
Shazer foi um dos participantes dos ataques de surpresa sobre o Japão, no dia 18 de abril de 1942. Durante o ataque, o avião de Shazer foi atingido por fogo antiaéreo. Ele foi forçado a acionar o ejetor e acabou sendo capturado. Em terra, viu dois de seus companheiros sendo executados por um pelotão de fuzilamento. Teve a certeza de que seria executado também, mas parecia que Deus tinha outros planos para ele.
Na ocasião em que foi capturado, Shazer era ateu, mas durante os meses de prisão começou a ponderar e querer descobrir por que odiava seus captores e por que eles o odiavam. Ao buscar respostas, procurou recordar-se do que havia aprendido sobre o cristianismo. Um dia, ele pediu aos guardas uma Bíblia. Inicialmente eles riram, mas em maio de 1944 um dos guardas jogou uma Bíblia contra ele, dizendo que podia ficar com ela por três semanas, no máximo.
Conforme havia dito, três semanas depois o guarda tomou a Bíblia de volta, mas naquele período de tempo a vida de Shazer mudara. Lembro-me de ter lido no jornal sobre como ele pretendia retornar ao Japão como missionário. A decisão dele me influenciou a desejar ir também para o Japão como missionário, mas Deus tinha outros planos. No caso de Shazer, entretanto, isso aconteceu e ele partiu em 1948. Ao fazê-lo, retribuiu com o bem o mal que lhe haviam causado. Mostrou o genuíno espírito de um cristão.
Embora eu possa dizer com sinceridade que nunca odiei os japoneses, não posso afirmar que os tenha amado ativamente enquanto estive no campo de concentração. Com Cristo foi diferente. Ele amou a todos com "amor eterno" (Jer. 31:3), até mesmo àqueles que O amaldiçoaram, maltrataram e crucificaram (ver S. Luc. 23:34). Sua vida e morte são um exemplo vivo de como devemos portar-nos em relação com aqueles que nos maltratam (ver S. Mat. 5:44).
"Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filip. 2:5.




terça-feira, 24 de agosto de 2010

Como Conquistar o Respeito


Como Conquistar o Respeito

Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão... na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza. I Tim. 4:12.

Muitos adultos acham difícil suportar o desprezo e o desdém de outros adultos, mas para um adolescente é duas vezes mais difícil suportar o desprezo e o desdém de seus companheiros da mesma idade.

Um dia, quando Leo Buscaglia estava saindo da escola, uma gangue de arruaceiros o cercou e começou a crivá-lo de apelidos por causa de sua ascendência italiana. Humilhado e aos prantos, rompeu o círculo de seus atormentadores e correu para casa. Lá, trancou-se no banheiro e chorou amargamente.

Seu pai o ouviu chorando e perguntou qual era o problema. Quando Leo contou o que havia acontecido, esperou que seu pai tomasse imediatas providências - ou que batesse nos desordeiros ou pelo menos reclamasse com os pais deles, exigindo que fossem castigados. Seu pai não fez nem uma coisa, nem outra. Em vez disso, começou a mencionar algumas coisas acerca dos italianos, das quais Leo podia orgulhar-se.

Mas isso não acalmou o garoto.

- Eu não gosto de ser diferente! - protestou ele. - Quero ser como todos os outros.

- Como todos os outros? Você quer dizer que gostaria de ser como aqueles garotos que o insultaram? - perguntou o pai, articulando bem as palavras.

- Não! - rosnou Leo em resposta.

- Então tenha orgulho daquilo que você é - aconselhou o pai. - Afinal de contas, todo o mundo é diferente de todas as demais pessoas.

Mas o conselho de Paulo ao jovem Timóteo foi além do conselho que o pai de Leo deu a seu filho. Sendo um modelo de cristão, podemos conquistar o respeito alheio.


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Resgatar os que Perecem


Resgatar os que Perecem

Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma. ... Estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge. Estou cansado de clamar. Sal. 69:1-3.

Nunca me esquecerei do dia 13 de janeiro de 1982. Naquela época, nossa família morava em Beltsville, Estado de Maryland. Já fazia horas que estava nevando, quando ligamos a televisão para saber a previsão do tempo para a região de Washington. De repente, a previsão meteorológica foi interrompida pela assustadora notícia de que um avião de passageiros da Air Florida havia caído no rio Potomac, logo após a decolagem do Aeroporto Nacional de Washington. Não chegamos a ver o que aconteceu depois, mas ficamos sabendo mais tarde.

Larry Skutnick, um homem de 28 anos de idade, observava as pessoas que num helicóptero tentavam resgatar a aeromoça Prescilla Tirado, que se debatia na água, em perigo de afogar-se. Por duas vezes ela deixara escapar a corda que lhe haviam lançado. Vendo que as forças dela estavam no fim, Skutnick tirou sua jaqueta e as botas, saltou para dentro da água gelada e nadou quase trinta metros até alcançá-la e arrastá-la para um lugar seguro.

Após o resgate, a mídia perguntou a Skutnick o que o havia motivado a arriscar a própria vida para salvar aquela moça. Skutnick respondeu modestamente: "Poderia ser qualquer um. Simplesmente aconteceu que eu estava lá. Já estava lá por um bom tempo, mas ninguém entrava na água. Isso é algo que nunca pensei em fazer, mas ao olhar para trás, acho que o fiz justamente por não ter pensado. Alguém precisava entrar na água, e aconteceu que fui eu."

O salmista, debatendo-se no mar da vida, sentiu a coragem falhar e clamou a Deus por socorro. Aquele que observa a queda de um pardal, ouviu o clamor. "Ele é tocado por nossas tristezas, e até mesmo a expressão delas Lhe comove o grande coração de infinito amor. Não há em nossa vida nenhum capítulo demasiado obscuro para que o possa ler; perplexidade alguma por demais intrincada para que a possa resolver." - Ellen G. White, Bible Echo, 1º de fevereiro de 1893. Não é nenhuma surpresa, portanto, que Davi tenha concluído o salmo com uma nota triunfante. "Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-Lo-ei com ações de graça." Verso 30.

A que Deus maravilhoso servimos! Com freqüência, Ele salva pecadores em perigo de vida, usando-nos como instrumento para Lhe cumprir os propósitos.


domingo, 22 de agosto de 2010

A Pedra Rejeitada


A Pedra Rejeitada

Vocês já leram nas Escrituras que a pedra rejeitada pelos construtores passou a ser a mais importante do edifício? Isto é obra do Senhor e é uma coisa admirável de se ver. S. Mar. 12:10 (A Bíblia Viva).

Durante milênios, uma pedra permaneceu sem ser tocada por mãos humanas no leito de um riacho no Estado da Carolina do Norte, Estados Unidos. Certo dia, um homem ergueu a pedra, viu que seu peso era fora do comum e decidiu usá-la como retentor de porta em sua casa. Ali ficou durante anos. Um dia, um geólogo passou por aquele caminho e percebeu a pedra. Seus olhos experientes reconheceram nela uma pepita de ouro - o maior volume de ouro nativo encontrado a leste das Montanhas Rochosas.

Uma antiga tradição rabínica diz que, quando foi construído o templo de Salomão, as pedras maciças para as paredes e os alicerces foram cortadas da rocha viva e modeladas na própria pedreira, sendo depois transportadas para o monte onde se erguia o templo. De acordo com a história, uma pedra de tamanho incomum foi levada para o local, mas os construtores não encontraram o lugar certo para colocá-la, de modo que ficou de lado, sem uso. Enquanto continuavam o trabalho do alicerce, aquela pedra parecia estar sempre no caminho deles.
Durante longo tempo permaneceu negligenciada e até rejeitada.
Então, um dia, os construtores chegaram ao local onde devia ser colocada a pedra angular. Para poder suportar o tremendo peso do templo, a pedra precisava ter tamanho e resistência enormes.
Tentaram colocar várias pedras, mas nenhuma era apropriada. Por fim, a atenção deles foi chamada para a pedra rejeitada fazia tanto tempo. Exposta às intempéries durante aqueles anos todos, ela não revelava nenhum defeito ou rachadura e, quando colocada no devido ângulo, encaixou-se perfeitamente.

O salmista, em nosso texto, alude a essa tradição, e os rabis reconheciam que fazia referência ao Messias.


sábado, 21 de agosto de 2010

Reconstruindo Ruínas


Reconstruindo Ruínas

Seja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus; confirma sobre nós as obras de nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos. Sal. 90:17.

Quando Thomas Carlyle, historiador e ensaísta inglês, concluiu o segundo volume de sua História da Revolução Francesa, entregou o manuscrito a John Stuart Mill, para que este fizesse observações. Mill leu o manuscrito e emprestou-o a um amigo. Esse amigo deixou-o sobre a escrivaninha certa noite, depois de lê-lo. Na manhã seguinte a empregada, procurando alguma coisa com a qual acender o fogo, encontrou a pilha de papéis soltos e, pensando que fossem rascunhos antigos, usou-os para acender o fogo. Aquilo que havia custado anos de trabalho a Carlyle era cinza agora!

Quando Mill, branco como um lençol, relatou a devastadora notícia a Carlyle, este ficou tão atônito com sua perda que não conseguiu fazer nada durante semanas. Então um dia, sentado diante da janela aberta, remoendo sua terrível perda, observou um pedreiro reconstruindo uma parede de tijolos. Pacientemente, o homem colocava tijolo sobre tijolo, enquanto assobiava uma alegre melodia.
"Pobre tonto", pensou Carlyle, "como pode estar tão alegre quando a vida é tão fútil?" Depois, repentinamente, teve outro pensamento. "Pobre tonto", disse ele de si mesmo, "você está aqui sentado junto à janela, queixando-se e lamentando, enquanto aquele homem reconstrói uma casa que durou gerações."

Levantando-se da cadeira, Carlyle começou a trabalhar no segundo rascunho da História da Revolução Francesa. Conforme seu próprio relato, e o daqueles que tiveram a oportunidade de ler ambas as versões da obra, a última foi bem melhor! A destruição de nossos queridos sonhos não precisa ser o fim do mundo. Pode ser o início de algo melhor!

Carlyle tem sido uma inspiração para muitos, no sentido de recomeçar depois de terem visto destruído o trabalho de sua vida. É improvável, entretanto, que o humilde pedreiro que deu a Carlyle a inspiração de começar de novo, tenha ficado sabendo que ele teve participação em recriar uma obra-prima literária.
Nosso inconsciente exemplo cristão pode ser exatamente o incentivo de que alguém precisa para superar um fracasso na vida.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A Recompensa da Liberdade


A Recompensa da Liberdade

O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre. Prov. 22:9.

Muito tempo atrás, um rapaz que estava viajando para a região Oeste dos Estados Unidos chegou a uma fazenda e pediu uma acomodação onde pudesse passar a noite. O proprietário recebeu-o com boa vontade. Pouco depois, outro viajante e sua esposa pararam e perguntaram se poderiam pernoitar ali. O jovem marido, que sofria de tuberculose, explicou que tinha somente quatro dólares para pagar o alojamento. O fazendeiro convidou-os a entrar e disse que não cobraria nada pelo pernoite.

O primeiro rapaz, sentindo pena do viajante enfermo, ofereceu-lhe sua cama e disse que dormiria no celeiro, o que ele realmente fez. Na manhã seguinte, quando o homem doente e sua esposa estavam partindo, o fazendeiro colocou 100 dólares na mão dele e disse que os usasse, sem preocupar-se no caso de não poder devolvê-los.

Vinte anos se passaram. O primeiro rapaz viajava perto da fazenda onde havia pernoitado tantos anos atrás e decidiu ver se o proprietário ainda morava no mesmo lugar. Morava. Enquanto recordavam aquele dia, outro visitante bateu à porta. Por uma dessas coincidências únicas na vida, era o outro viajante! Havia recuperado a saúde, e a fortuna lhe havia sorrido. Tomara conhecimento, recentemente, de que seu generoso anfitrião havia sofrido sérios reveses financeiros. Estava passando por ali para pagar a generosidade dele.

- Amigo - disse ele ao fazendeiro - você me deu 100 dólares quando eu estava necessitado, e agora quero pagar-lhe 100 dólares para cada dólar que me deu.

Bem que eu gostaria de saber os nomes das pessoas dessa história, mas não sei. Tudo o que sei é que ela foi "contada pelo rapaz que chegou primeiro àquela casa de fazenda".

A generosidade tem suas recompensas, até mesmo nesta vida. Jesus disse: "Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão." S. Luc. 6:38. Mas não espere que sempre aconteça dessa maneira. Seja generoso porque isso faz parte da regra áurea - e espere bênçãos espirituais, não materiais.
A Recompensa de Quem Trabalha nos Bastidores
Haverá uma parte igual para os de cada grupo - uma parte para os que foram à batalha, e outra para os que tomaram conta do equipamento. I Sam. 30:24 (A Bíblia Viva).
Um livro que fala das condições de trabalho nos estaleiros britânicos menciona duas classes de operários; uma é conhecida como os "cravadores" e a outra como os "pegadores". Sabemos quem são os cravadores. Os golpes ensurdecedores de seus martelos de ar comprimido soam de cada nova embarcação que está sendo fabricada. Os pegadores, cujas tenazes agarram os parafusos de aço aquecido ao rubro e os deixam prontos para o uso dos cravadores, fazem um trabalho menos emocionante e aclamado.

Os dois tipos de operários são semelhantes aos cristãos que labutam na causa do Senhor. Alguns, como os cravadores, parecem trabalhar à luz dos refletores e recebem toda a glória. Outros, como os pegadores, não fazem nenhum alarde mas são absolutamente essenciais para a realização do trabalho, embora recebam pouco ou nenhum crédito.

Na parábola dos trabalhadores, os operários que foram contratados de manhã concordaram em trabalhar na vinha por um denário - o pagamento normal de um dia de trabalho. Os que foram contratados mais tarde, inclusive os da undécima hora, receberam a garantia de que obteriam um pagamento justo. No fim do dia, quando o proprietário efetuou o pagamento dos trabalhadores e deu aos que chegaram por último a mesma quantia dada aos que haviam trabalhado o dia todo, aqueles que tinham trabalhado mais tempo reclamaram que deveriam ter recebido mais. Essa parábola, explicou Jesus, representa o reino dos Céus.

Não devemos supor que no dia em que for dada a recompensa, aqueles que trabalharam mais se queixarão de que a vida eterna não é suficiente e de que deviam receber mais "pagamento". A questão é que todos os salvos receberão a mesma recompensa - a vida eterna.
Suponho que alguém insatisfeito com essa recompensa nem mesmo estaria vivo para recebê-la. Todos nós, tenho certeza, ficaremos felizes até mesmo com o fato de termos sido salvos para a eternidade. Se alguns nesta vida receberam mais crédito que outros, o que é isso em comparação com o "eterno peso de glória" que será o prêmio dos fiéis? (Ver II Cor. 4:17.)
Depois de Muitos Dias
Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Ecle. 11:1.
Em 1568, quando a rainha Maria da Escócia fugiu para a Inglaterra, levou consigo um colar de raras pérolas negras. Dezenove anos mais tarde, quando foi executada, o ornamento desapareceu. O governo britânico ordenou uma busca, mas o colar jamais foi encontrado. Depois de muito tempo e considerável esforço, teve de ser suspensa a busca, mas o caso não foi esquecido.

Mais de 350 anos depois, duas mulheres americanas, viajando pela Grã-Bretanha, entraram numa velha loja de presentes à procura de uma lembrancinha para levar para casa. O encarregado da loja mostrou-lhes um colar de contas pretas encardidas, que ele ofereceu por um xelim (vigésima parte da libra). As senhoras o adquiriram e o levaram a um joalheiro, para que limpasse as continhas.

Vários dias mais tarde, quando as mulheres passaram por lá para retirar o "souvenir", um representante do governo britânico informou-lhes que as contas constituíam o colar da Rainha Maria, perdido fazia tanto tempo. Para reavê-lo, o governo pagou às senhoras a quantia de cinco mil libras esterlinas.
Mais Além Plus Ultra
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá. S. João 11:25.
Nas Ilhas dos Açores, onde morei quando adolescente, foram encontradas moedas cartaginesas de algumas centenas de anos antes de Cristo. Essas moedas apóiam a crença de que marinheiros fenícios descobriram aquelas ilhas bem antes de terem sido reivindicadas para Portugal por Gonçalo Velho Cabral em 1431.

No século XII da era cristã, geógrafos árabes mencionaram a existência de nove ilhas no Oceano Ocidental, ou Atlântico. Esse conhecimento, entretanto, perdeu-se aparentemente durante a Idade Média. Portugal, assim, localizado na costa ocidental da península mais ocidental da Europa, manteve por centenas de anos o seu lema Nec Plus Ultra, "Nada Mais Além".

Naquele tempo, muitos criam que, se alguém saísse navegando para além do horizonte, acabaria caindo pela extremidade da Terra. Mas à medida que pescadores e outros se aventuravam cada vez mais longe no Atlântico, iam percebendo que seus temores não tinham fundamento. Então, quando ousados navegadores como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Cabral e outros descobriram mais terras além do horizonte, Portugal mudou seu lema para Plus Ultra, "Mais Além".
Para muitas pessoas, não existe nada além do mar da vida, esta existência presente. Seu lema é, na essência, Nec Plus Ultra ou, como disse Robert Ingersoll, bem conhecido ateu americano: "A vida é um estreito vale entre os frios e estéreis picos de duas eternidades."
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Aquele que vos der de beber um copo de água, em Meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. S. Mar. 9:41.
Alguns anos atrás, Sam Foss, escritor e viajante, chegou a uma cabana pequena e rústica situada no topo de uma colina, na Inglaterra. Viu ali por perto uma placa que dizia: "Sirva-se. Tome água fresca." A pouca distância ele encontrou uma fonte de água geladinha. Acima da fonte estava pendurada uma antiga caneca, e sobre um banco próximo havia uma cesta de maçãs e outra placa que convidava o transeunte a servir-se.

Curioso por conhecer as pessoas que demonstravam tanta hospitalidade para com estranhos, Foss bateu à porta. Um idoso casal atendeu, e Foss perguntou-lhes acerca da fonte d'água e das maçãs. Explicaram que não tinham filhos. O seu pedacinho de terra produzia uma reduzida colheita, mas como tinham abundância de água fresca, queriam simplesmente partilhá-la com quem passasse por ali.

- Somos muito pobres para dar dinheiro de esmola - disse o marido - mas achamos que deste modo podemos fazer algo pelas pessoas que passam por aqui.

Conta-se que o gesto altruísta daquele idoso casal inspirou o poema "A Casa Junto ao Caminho".

Não são os grandes presentes dados com ostentação que o Céu mais considera, mas sim os pequenos atos de amor e bondade.

Recompensa por Fazer o Bem
Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o Seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Heb. 6:10.
Num dia quente de verão, há pouco mais de cem anos, um jovem estudante de Medicina estava indo de casa em casa numa comunidade rural do Estado de Maryland, Estados Unidos, vendendo livros para obter dinheiro e poder pagar seus estudos. No fim da tarde, bateu à porta de uma casa de fazenda onde a única pessoa que encontrou foi uma garota adolescente. Depois de ele fazer sua apresentação, a menina disse:

- Lamento muito, mas minha mãe é viúva e nós não temos condições de comprar livros.

O rapaz então perguntou:

- Você poderia por favor me dar um copo d'água?

- É claro. Mas nós temos bastante leite fresquinho. Você não preferiria um copo de leite em lugar de água?

- Eu ficaria muito agradecido - respondeu o jovem.

Transcorreram anos. O estudante de Medicina tornou-se um hábil médico. Certo dia, durante o plantão, chegou à conclusão de que uma das pacientes era aquela que, quando garota, havia sido bondosa para com ele. A moça, entretanto, estava doente demais para reconhecê-lo. As coisas começaram a acontecer. Aquela jovem foi removida para um quarto particular e passou a receber a melhor atenção que a ciência médica podia oferecer.

Depois de alguns dias, uma enfermeira lhe disse:

- Amanhã você poderá voltar para casa.

- Fico feliz - disse a paciente - mas a conta do hospital me preocupa.

- Eu vou buscá-la e então veremos em quanto ficou.

A enfermeira retornou com o tesoureiro do hospital, que apresentou a conta à paciente. Ela olhou logo para a última linha. Ficou chocada com a elevada quantia. Mas então viu algumas palavras escritas atravessadas sobre o extrato de sua conta: "Plenamente pago por um copo de leite. - Dr. Howard A. Kelly."


domingo, 15 de agosto de 2010


Usos da Adversidade

Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés... e o levaram a Babilônia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus Se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica. II Crôn. 33:10-13.

A noz da palmeira-do-vinho, nativa nos trópicos, leva três anos para desenvolver-se, e às vezes não chega a brotar. Vários métodos foram tentados para diminuir o tempo de germinação. Descobriu-se, por exemplo, que se uma semente é imergida na água até inchar e depois secada, nunca germinará. Mas se for submetida ao congelamento por alguns dias, depois descongelada ao se despejar água quente sobre ela, e a seguir imersa em água por 10 horas, ela brotará e se desenvolverá em poucos meses. O duro tratamento na verdade se demonstra benéfico.

Manassés, filho de Ezequias, deixou de aprender a dependência de Deus e a obediência a Sua vontade numa época de prosperidade temporal. Mas sob o cruel tratamento de seus captores assírios, o conhecimento de Deus, que jazia dormente por quase uma vida inteira, por fim germinou e produziu os frutos da justiça.

A experiência de Sansão foi semelhante. Nascido para livrar seu povo da opressão dos filisteus, ele deixou de cultivar o tipo de dependência de Deus que deveria ter-lhe caracterizado a vida. Entretanto, fustigado pela adversidade, privado de sua grande força, sua liberdade e sua visão, ele diligentemente procurou e descobriu que Deus é a fonte de todo poder (ver Juí. 16:21-28; Heb. 11:32 e 33).

Quando Deus criou o homem, não tencionava que a adversidade fosse necessária para o desenvolvimento de um caráter justo. Antes, colocou Ele nossos primeiros pais num belo jardim, cercado por todas as bênçãos imagináveis. Mas, quando escolheu ser desobediente, o homem foi banido do Éden e a maldição foi pronunciada sobre a Terra. Ainda assim, a própria maldição, se for aceita com o devido espírito, constitui uma bênção. Como no caso da noz da palmeira-do-vinho, as probantes experiências da vida podem levar à germinação da justiça e, com freqüência, tornam-se a fonte de nossas maiores bênçãos.
Você Já Foi Decantado?
Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade, e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou. Jer. 48:11.
Desde tempos imemoriais, os vinhateiros têm procurado melhorar o buquê [aroma agradável] dos vinhos através da decantação - despejando-os de um recipiente para outro a fim de descartar a borra ou o sedimento. Diz-se que, se não são removidos, esses resíduos dão ao vinho um gosto ruim. Assim acontece na vida espiritual. Deus permite que sejamos decantados, não para prejudicar-nos, mas para aperfeiçoar nosso caráter.

Anos atrás, quando nossa família morou nas Ilhas dos Açores, observei o método que os fabricantes locais de vinho usavam para melhorar o seu assim-chamado "vinho de cheiro". Enchiam barris com vinho novo e os suspendiam por correntes presas ao "chassi" de carroças. Ao andarem esses veículos aos solavancos pelas ruas de paralelepípedo, supunha-se que a agitação do álcool dentro dos barris melhorava o sabor da bebida. Depois disso, o conteúdo era decantado.

Não tendo jamais experimentado o produto desse processo, não posso garantir nenhuma melhora no sabor, mas afirmo que seu aroma podia ser percebido a uma razoável distância...

Nosso verso apresenta o pensamento de que os moabitas, não tendo nunca aprendido a dependência de Deus por não terem sido perturbados, não exalavam uma fragrância que Lhe fosse agradável. As experiências probantes, em si mesmas, não nos tornam aceitáveis a Deus. Tudo depende de como nos relacionamos com elas. A Bíblia Viva, em sua paráfrase de Hebreus 12:11, diz: "Não é nada agradável ser castigado, na hora em que está acontecendo - dói mesmo! Mas depois podemos ver o resultado: um crescimento tranqüilo, em virtude e caráter."

Você já quis saber por que está sendo sacudido e decantado por provas sobre as quais não tem nenhum controle? Nada há de incomum ou "estranho" quanto a isso (ver I S. Ped. 4:12). Mas a questão é: Como se relaciona você com essas adversidades? Elas podem ensinar-lhe mais completa dependência de Deus, se você as encarar sob uma luz positiva.

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Richard Lovelace.



Suportando Encarceramento Injusto

Suportando Encarceramento Injusto

Você dará vista aos cegos, e dará liberdade aos que vivem prisioneiros na escuridão e no desespero. Isa. 42:7 (A Bíblia Viva).

Não faz muito tempo, estava assistindo ao noticiário da noite na televisão e vi dois homens libertados da penitenciária, os quais tinham passado 17 anos atrás das grades por um assassínio que não haviam cometido. Que decisão injusta de um tribunal! Depois de ter sido declarado inocente, um deles exclamou: "Dezessete anos de minha vida desperdiçados!" Não precisariam ter sido.

Na antiga União Soviética, milhões de pessoas inocentes foram enviadas para os campos de trabalho forçado na Sibéria e incontáveis milhares internados em manicômios por "crimes" contra o Estado - como, por exemplo, queixar-se de condições intoleráveis de vida. Alguns foram até mesmo drogados, para que se lhes debilitasse a força de vontade.

Não esperamos que injustiças desse tipo existam numa sociedade livre - mas existem. Vários anos atrás, uma senhora foi injustamente internada num hospital para doentes mentais, pelos próprios familiares mesquinhos. Algumas pessoas ter-se-iam entregue ao desespero - mas não aquela senhora! Atente para as corajosas palavras que ela escreveu em sua "cela de prisão":

"Uma 'voz mansa e delicada' me assegura que as orações em meu favor serão atendidas. Há uma linguagem mais forte que as palavras e, quanto mais me apóio no divino amor, mais condições tenho de entendê-la. Apego-me à certeza de que aquilo que é da vontade de Deus, não pode estar fora de lugar. O poder do homem poderia ter-me dado liberdade física há bastante tempo, mas todo o bem que há em mim deve ser inteiramente provado, e testada a sua profundidade e genuinidade. ... Talvez aqueles que se encontrem fisicamente livres não estejam experimentando a alegria que sinto neste aparente confinamento. Aqui dentro, tenho aprendido quão responsáveis somos pela medida de alegria ou pela falta dela que temos em nossa vida."

Paredes de pedra não fazem uma prisão,
nem barras de ferro uma cela;
mentes calmas e inocentes
fazem delas um local de retiro.
Richard Lovelace.






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