domingo, 15 de agosto de 2010


Usos da Adversidade

Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés... e o levaram a Babilônia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus Se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica. II Crôn. 33:10-13.

A noz da palmeira-do-vinho, nativa nos trópicos, leva três anos para desenvolver-se, e às vezes não chega a brotar. Vários métodos foram tentados para diminuir o tempo de germinação. Descobriu-se, por exemplo, que se uma semente é imergida na água até inchar e depois secada, nunca germinará. Mas se for submetida ao congelamento por alguns dias, depois descongelada ao se despejar água quente sobre ela, e a seguir imersa em água por 10 horas, ela brotará e se desenvolverá em poucos meses. O duro tratamento na verdade se demonstra benéfico.

Manassés, filho de Ezequias, deixou de aprender a dependência de Deus e a obediência a Sua vontade numa época de prosperidade temporal. Mas sob o cruel tratamento de seus captores assírios, o conhecimento de Deus, que jazia dormente por quase uma vida inteira, por fim germinou e produziu os frutos da justiça.

A experiência de Sansão foi semelhante. Nascido para livrar seu povo da opressão dos filisteus, ele deixou de cultivar o tipo de dependência de Deus que deveria ter-lhe caracterizado a vida. Entretanto, fustigado pela adversidade, privado de sua grande força, sua liberdade e sua visão, ele diligentemente procurou e descobriu que Deus é a fonte de todo poder (ver Juí. 16:21-28; Heb. 11:32 e 33).

Quando Deus criou o homem, não tencionava que a adversidade fosse necessária para o desenvolvimento de um caráter justo. Antes, colocou Ele nossos primeiros pais num belo jardim, cercado por todas as bênçãos imagináveis. Mas, quando escolheu ser desobediente, o homem foi banido do Éden e a maldição foi pronunciada sobre a Terra. Ainda assim, a própria maldição, se for aceita com o devido espírito, constitui uma bênção. Como no caso da noz da palmeira-do-vinho, as probantes experiências da vida podem levar à germinação da justiça e, com freqüência, tornam-se a fonte de nossas maiores bênçãos.
Você Já Foi Decantado?
Despreocupado esteve Moabe desde a sua mocidade, e tem repousado nas fezes do seu vinho; não foi mudado de vasilha para vasilha, nem foi para o cativeiro; por isso conservou o seu sabor, e o seu aroma não se alterou. Jer. 48:11.
Desde tempos imemoriais, os vinhateiros têm procurado melhorar o buquê [aroma agradável] dos vinhos através da decantação - despejando-os de um recipiente para outro a fim de descartar a borra ou o sedimento. Diz-se que, se não são removidos, esses resíduos dão ao vinho um gosto ruim. Assim acontece na vida espiritual. Deus permite que sejamos decantados, não para prejudicar-nos, mas para aperfeiçoar nosso caráter.

Anos atrás, quando nossa família morou nas Ilhas dos Açores, observei o método que os fabricantes locais de vinho usavam para melhorar o seu assim-chamado "vinho de cheiro". Enchiam barris com vinho novo e os suspendiam por correntes presas ao "chassi" de carroças. Ao andarem esses veículos aos solavancos pelas ruas de paralelepípedo, supunha-se que a agitação do álcool dentro dos barris melhorava o sabor da bebida. Depois disso, o conteúdo era decantado.

Não tendo jamais experimentado o produto desse processo, não posso garantir nenhuma melhora no sabor, mas afirmo que seu aroma podia ser percebido a uma razoável distância...

Nosso verso apresenta o pensamento de que os moabitas, não tendo nunca aprendido a dependência de Deus por não terem sido perturbados, não exalavam uma fragrância que Lhe fosse agradável. As experiências probantes, em si mesmas, não nos tornam aceitáveis a Deus. Tudo depende de como nos relacionamos com elas. A Bíblia Viva, em sua paráfrase de Hebreus 12:11, diz: "Não é nada agradável ser castigado, na hora em que está acontecendo - dói mesmo! Mas depois podemos ver o resultado: um crescimento tranqüilo, em virtude e caráter."

Você já quis saber por que está sendo sacudido e decantado por provas sobre as quais não tem nenhum controle? Nada há de incomum ou "estranho" quanto a isso (ver I S. Ped. 4:12). Mas a questão é: Como se relaciona você com essas adversidades? Elas podem ensinar-lhe mais completa dependência de Deus, se você as encarar sob uma luz positiva.

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Richard Lovelace.



Suportando Encarceramento Injusto

Suportando Encarceramento Injusto

Você dará vista aos cegos, e dará liberdade aos que vivem prisioneiros na escuridão e no desespero. Isa. 42:7 (A Bíblia Viva).

Não faz muito tempo, estava assistindo ao noticiário da noite na televisão e vi dois homens libertados da penitenciária, os quais tinham passado 17 anos atrás das grades por um assassínio que não haviam cometido. Que decisão injusta de um tribunal! Depois de ter sido declarado inocente, um deles exclamou: "Dezessete anos de minha vida desperdiçados!" Não precisariam ter sido.

Na antiga União Soviética, milhões de pessoas inocentes foram enviadas para os campos de trabalho forçado na Sibéria e incontáveis milhares internados em manicômios por "crimes" contra o Estado - como, por exemplo, queixar-se de condições intoleráveis de vida. Alguns foram até mesmo drogados, para que se lhes debilitasse a força de vontade.

Não esperamos que injustiças desse tipo existam numa sociedade livre - mas existem. Vários anos atrás, uma senhora foi injustamente internada num hospital para doentes mentais, pelos próprios familiares mesquinhos. Algumas pessoas ter-se-iam entregue ao desespero - mas não aquela senhora! Atente para as corajosas palavras que ela escreveu em sua "cela de prisão":

"Uma 'voz mansa e delicada' me assegura que as orações em meu favor serão atendidas. Há uma linguagem mais forte que as palavras e, quanto mais me apóio no divino amor, mais condições tenho de entendê-la. Apego-me à certeza de que aquilo que é da vontade de Deus, não pode estar fora de lugar. O poder do homem poderia ter-me dado liberdade física há bastante tempo, mas todo o bem que há em mim deve ser inteiramente provado, e testada a sua profundidade e genuinidade. ... Talvez aqueles que se encontrem fisicamente livres não estejam experimentando a alegria que sinto neste aparente confinamento. Aqui dentro, tenho aprendido quão responsáveis somos pela medida de alegria ou pela falta dela que temos em nossa vida."

Paredes de pedra não fazem uma prisão,
nem barras de ferro uma cela;
mentes calmas e inocentes
fazem delas um local de retiro.
Richard Lovelace.






sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Consciência Cauterizada


Consciência Cauterizada

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. I Tim. 4:1 e 2.

Numa noite de inverno eu estava atiçando o fogo em nossa lareira, quando um anteparo quente caiu sem que eu esperasse e me queimou a mão, levantando uma bolha. Doeu; tive certeza de que a dor não me deixaria dormir naquela noite. Então me lembrei de algo que alguém me havia sugerido anos antes. Disseram-me que se eu colocasse a queimadura perto do fogo repetidas vezes, doeria terrivelmente a princípio, mas se eu continuasse a aproximá-la do calor vez após vez, a dor iria diminuindo gradualmente. Experimentei a sugestão. Funcionou - comigo, pelo menos. (Antes de você tentar algo parecido, fale com seu médico.) Na manhã seguinte, senti apenas um leve incômodo na área afetada. A pele estava grossa e insensível.

Não sei o porquê do que aconteceu com minha queimadura, mas sei o que acontece quando uma pessoa viola sua consciência repetidamente. Quando pela primeira vez fazemos algo que sabemos ser errado, nossa consciência dói terrivelmente, mas as violações repetidas resultam numa sensação bem mais enfraquecida de dor psicológica, até que finalmente pecamos sem que a consciência nos incomode mais.

No âmbito físico, aquilo que aconteceu comigo (insensibilizar uma queimadura dolorida, aproximando-a repetidas vezes do calor) pode funcionar ou não para outra pessoa (mais uma vez aconselho você a conferir esse procedimento com seu médico). Mas sob o ponto de vista espiritual, insensibilizar a consciência é uma questão muitíssimo séria. Pode resultar no cometimento do pecado imperdoável (ver S. Mat. 12:31 e 32). Não que alguns pecados sejam tão graves que Deus não consiga perdoá-los. Mas porque aqueles que pecam conscientemente chegam ao ponto de não mais conseguirem ouvir o Espírito Santo falando.

Podemos evitar cometer essa "grande transgressão" ao permitir que Deus nos impeça de cometer o pecado da presunção - pecar premeditadamente na expectativa de que Deus nos perdoe (ver Sal. 19:13).

O Desejo de Deus
Toma o cinto, ... vai ao Eufrates, e esconde-o ali na fenda duma rocha. Fui, e escondi-o. ... Passados muitos dias, disse-me o Senhor: ... Vai ao Eufrates, e toma o cinto que te ordenei escondesses ali. Fui ao Eufrates, cavei, e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto se tinha apodrecido. Jer. 13:4-7.
No outono de 1943, enquanto meu bom amigo Ralph Longway e eu estávamos presos no campo de concentração Holmes (hoje Campo Dangwa), decidimos dar uma escapadinha e esconder algumas de nossas lembranças da guerra sob um afloramento calcário no topo da montanha atrás da prisão. Entre nossos "tesouros", havia uma caneca de alumínio, uma bandoleira, munição do rifle Springfield e algumas balas do rifle 3030.

Em dezembro daquele ano, escapamos novamente da prisão e recuperamos alguns dos objetos. A bandoleira, feita de algodão, estava muito deteriorada. Enterramos novamente a bandoleira, junto com algumas das balas de rifle, sob uma laje de calcário de uns 25 centímetros de largura por 50 de comprimento e 5 de espessura; levamos os outros objetos de volta para a cela.

No dia 26 de março de 1991, quase meio século mais tarde, retornei ao Campo Dangwa. Acompanhado por dois sargentos filipinos, localizei a formação rochosa. Apontando para o local, contei aos soldados que o esconderijo estava sob uma laje e dei as dimensões. Cavamos uns 20 centímetros, e lá estava a laje! Procuramos a bandoleira, mas ela não existia mais; tampouco fomos capazes de encontrar vestígio da munição. Mas quebrei uma ponta da laje e a trouxe comigo, de modo que agora sou o orgulhoso proprietário de um pedaço daquela rocha!

O enterro e a exumação do cinto de Jeremias foram uma lição objetiva para o antigo povo de Deus, bem como para nós hoje. Na parábola encenada por Jeremias, o cinto apodrecido representava o orgulho de Israel e Judá (ver Jer. 13:9). Pensavam eles que, por serem o povo escolhido, eram invulneráveis. Mas a parábola de Jeremias mostrou a inutilidade daquela orgulhosa presunção. É a humilde obediência, e não o orgulho, que tem grande valor aos olhos de Deus (ver Miq. 6:8).

Os Perigos dos Cargos Elevados
Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso. II Crôn. 26:16.
Quando nossa família morava no Estado de Maryland, havia muitos carvalhos nos terrenos vizinhos. Certa manhã, depois de um temporal muito forte com raios, encontramos um gigantesco carvalho que havia sido derrubado pelo vento. Bloqueava nosso caminho para o trabalho e tivemos de fazer um desvio. Olhando para aquela árvore, pudemos ver que, apesar de sua majestosa aparência, ela estava podre por dentro. O que era verdade acerca do carvalho é freqüentemente verdade acerca de pessoas - mesmo em elevadas posições.

Mas nem todas as árvores que caem durante uma tormenta, vêm abaixo porque estão podres por dentro. No campo de concentração Holmes havia um pinheiro perfeitamente saudável. Certa noite, durante um terrível tufão, ele foi arrancado pela raiz e jogado por cima da oficina do presídio. Foi cair do outro lado, sem ter tocado o teto da oficina. Enquanto inspecionava a área próxima, descobri que aquela não fora a única árvore derrubada. Numa região mais alta da montanha, onde os ventos tinham sido ainda mais fortes, muitas outras árvores haviam sido arrancadas pela tormenta.

Não é surpreendente descobrir essa verdade no mundo natural. Mas às vezes nos esquecemos de que o mesmo acontece igualmente nos domínios espirituais. "No vale da humilhação, onde os homens dependem de Deus para serem ensinados e guiados em cada passo, há relativa segurança. Mas os homens que se plantam, por assim dizer, num elevado pináculo, e que, por causa de sua posição, presumem possuir grande sabedoria - esses estão no mais grave perigo. A não ser que tais homens façam de Deus sua confiança, seguramente cairão." - Profetas e Reis, pág. 60.


Como o Ladrão a Noite


Como o Ladrão a Noite

Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite. I Tes. 5:1 e 2.

Já aconteceu de um ladrão ter entrado em sua casa enquanto você dormia, levando o que você tinha de valor? Se já aconteceu, você pode entender a sensação de ser tomado de surpresa.

Quando eu era criança, meus pais moraram num lugar chamado Engenho de Dentro, um subúrbio do Rio de Janeiro. Meu irmão nasceu lá. Todas as noites, papai colocava um copo d'água sobre uma cadeira num canto do meu quarto, para que eu pudesse beber se ficasse com sede durante a noite. Certa noite, papai e mamãe acordaram ao ouvir o ruído de uma colher naquele copo. Papai estava a ponto de levantar-se e investigar, quando mamãe disse que talvez fosse "apenas um rato", e assim ambos foram dormir outra vez.

Na manhã seguinte, quando papai foi vestir as calças, descobriu que seu relógio de ouro e a carteira com o salário de um mês em notas de dinheiro haviam sido furtados! Uma investigação posterior revelou que várias outras coisas também haviam sido levadas - algumas delas insubstituíveis. Você pode imaginar a contrariedade deles.

Essas experiências desagradáveis podem ajudar-nos a compreender melhor o amargo desapontamento dos pecadores impenitentes quando o Dia do Senhor os apanhar despreparados. Essas experiências também nos podem motivar a preparar-nos para aquele dia.

Geralmente pensamos que as palavras de Paulo se aplicam ao espanto daqueles que serão apanhados de surpresa pela Segunda Vinda. No entanto, elas parecem descrever mais apropriadamente aqueles que aguardam a Segunda Vinda, mas estarão despreparados quando se encerrar a porta da graça.

Atente para estas palavras: "Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado." - O Grande Conflito, pág. 494.

Nenhum cristão precisa ser apanhado desprevenido por esse evento. Como diz o texto para nossa meditação: "Vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa." I Tes. 5:4. Nós somos os "filhos da luz", e continuaremos a ser filhos da luz enquanto permanecermos perto da Luz do mundo.

Dia de Preparação
Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Amós 4:12.
Na Bíblia, o milênio (aquele período de mil anos que se interporá entre a segunda e a terceira vinda de Cristo), é também chamado de "o dia do Senhor", o "dia" no qual Deus intervirá diretamente nos negócios humanos (ver Sof. 2:1 e 2; I Tes. 5:2-4). Os remidos de Deus passarão aquele "dia" no Céu, em companheirismo com Ele, com os anjos e com os seres não-caídos de outros mundos. Satanás e seus anjos maus estarão presos na Terra, e o planeta descansará num sábado de mil anos.

"O grande conflito entre Cristo e Satanás, em andamento por quase seis mil anos, está para terminar em breve" (Signs of the Times, 8-5-1884). E quando terminar, começa o dia do Senhor. Assim, no momento, estamos em certo sentido vivendo no "dia da preparação", esperando o "sábado" milenar quando nos encontraremos com Deus face a face.

Numa sexta-feira à tarde, não faz muito tempo, depois de terminar meus afazeres e me preparar para receber o sábado, sentei-me numa cadeira de jardim no alpendre de trás da casa para apreciar o crepúsculo. Ao olhar para o sol poente, veio-me repentinamente o pensamento de que não só era o entardecer de uma sexta-feira da semana literal, mas também o entardecer da sexta-feira na história do mundo. Ao se unirem os dois conceitos em minha mente, pensei: "Com certeza é alto tempo de nos prepararmos para o encontro com nosso Senhor em paz."

Você teve oportunidade de ver, em nossas publicações mais antigas, a gravura que mostra um menino da área rural, carregando um balde de leite, esforçando-se para chegar a casa antes de o sol mergulhar no horizonte? Se bem me lembro, a legenda da ilustração era: "Correndo para preparar-se para o sábado."

Os tempos mudaram. Grande parte da ordenha nos dias de hoje é feita por máquinas, de modo que não serão muitos os que experimentarão esse tipo de falta de preparo para receber as horas sabáticas. Pode haver, entretanto, outras causas para estarmos despreparados na hora do pôr-do-sol da sexta-feira.

Em vista do fato de estarmos vivendo o ocaso da história do mundo, não deveríamos preparar-nos para o encontro com Deus em Seu dia especial, quando ele chegar na tardezinha de sexta-feira? (Ver Heb. 10:25.)
Esteja Preparado
Se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá. S. Mat. 24:43 e 44.
Em março de 1914, a Expedição Imperial Britânica para a Antártica saiu da Inglaterra sob a liderança de Ernest Shackelton, com a intenção de cruzar o continente gelado a partir de uma base no Mar de Weddell, rumo a McMurdo Sound, via Pólo Sul. Acontece que o seu navio, o Endurance, ficou preso entre placas de gelo. Depois de ficar à deriva entre banquisas por cinco meses, conseguiram escapar para a Ilha do Elefante, no arquipélago Shetland do Sul. De lá, Shackelton e cinco homens navegaram 1.300 quilômetros num barco baleeiro até à ilha Georgia do Sul, onde obtiveram ajuda.

Três vezes Shackelton partiu para resgatar seus homens encalhados, e toda vez era impedido pelo mar congelado. Em sua quarta tentativa, entretanto, ele encontrou um estreito canal entre as placas de gelo e por fim alcançou-os. Ao chegar, ficou feliz por vê-los preparados para embarcar sem um momento de demora.

Depois que diminuiu a emoção do resgate, Shackelton perguntou a seus homens como foi que eles estavam prontos para embarcar no momento em que ele havia chegado. Contaram-lhe que, todas as manhãs, o líder assistente que ele havia designado enrolava o seu saco de dormir e dizia: "Deixem suas coisas prontas, rapazes; o patrão pode chegar hoje."

A segunda vinda de Cristo é muito mais certa do que o retorno de Shackelton à Ilha do Elefante. Pouco antes de partir da Terra e voltar para Seu Pai, Ele prometeu: "Voltarei" (S. João 14:3), sem "talvez" ou "quem sabe".

Quando Jesus retornar, todos os cristãos genuínos estarão prontos e ansiosamente aguardando (I Tes. 4:16 e 17) "a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus". Tito 2:13. Estarei eu pronto, estará você pronto para a Sua vinda? Essa é a importante pergunta à qual somente nós podemos responder.

Os homens de Shackelton prepararam-se todas as manhãs para o retorno de seu líder. Uma das melhores maneiras de preparar-nos para o retorno de nosso Líder é estudar Sua Palavra e nela meditar no início de cada dia.

Treinamento Para a Realeza
Jesus Cristo, ... que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus..., a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Apoc. 1:5 e 6.
Muitos pensam na realeza em termos dos grandes privilégios que caracterizam essa classe. E se esquecem de que, para ser membro da realeza, é necessário adquirir preparo especial.

A Rainha Elizabeth II e sua irmã, a Princesa Margaret, não estavam na linha direta de sucessão quando o pai delas, Rei George VI da Inglaterra, subiu ao trono após a abdicação de seu irmão, Rei Eduardo VIII, em 1936. Apesar disso, as duas meninas tinham sido preparadas desde a infância para as responsabilidades que poderiam assumir algum dia como monarcas reinantes.

Assim como os membros de uma família real são treinados por um período de tempo para ocupar sua elevada posição numa corte real aqui na Terra, assim também os cristãos passam por um período de provas durante o qual se preparam para as cortes celestiais.

A Inspiração nos conta que "Adão foi coroado rei no Éden" (Review and Herald, 24-2-1874). Deus concedeu a ele e a Eva o domínio sobre toda a Terra (ver Gên. 1:28). Mas ao escolherem egoisticamente seu próprio caminho em lugar do de Deus, nossos primeiros pais foram privados de seu direito à realeza - e não apenas eles, mas seus descendentes também. Desde aquele tempo, a única maneira de obtermos a elevada honra de pertencer à família real de Deus é a adoção. A fim de preparar-nos para ocupar um lugar no reino de paz, precisamos humilde e alegremente submeter-nos a um preparo aqui na Terra.

Para que tivéssemos um modelo a ser copiado nesse treinamento, o Soberano do Universo enviou Seu próprio Filho unigênito à Terra, a fim de mostrar-nos como se comporta um membro da família real do Céu. Além disso, Deus nos deu um Livro-Guia que estabelece claramente os princípios e preceitos para os que desejam tornar-se membros da casa real do Céu.

Em vista desse fato, aqui estão algumas perguntas para você e para mim: Estou eu me preparando diariamente para ser membro da família real de Deus? Estou eu me capacitando a ser membro da realeza celestial através de cada pensamento que cultivo, cada palavra que profiro e cada ação que pratico?


Não o Homem, mas a Mensagem


Não o Homem, mas a Mensagem

Alguns efetivamente proclamam a Cristo por inveja, insinceramente.... Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei. Filip. 1:15, 17 e 18.

Meu pai nasceu em Minneapolis, Estado de Minnesota, em 1889, mas seus antepassados vieram da Nova Inglaterra. A família Mansell viveu lá por 150 anos. Em 1960, papai e eu decidimos ir ao Estado do Maine e fazer algumas pesquisas relacionadas com nossos ascendentes.
Enquanto mergulhávamos em alguns interessantes materiais de consulta na Prefeitura de Brewer, encontramos um livro que continha várias anotações curiosas. Um pregador (ainda bem que não era um parente ou antepassado) tinha o seguinte comentário ao lado de seu nome: "Ele pregava tão bem no púlpito, que era uma pena quando precisava deixá-lo; mas fora do púlpito vivia tão vergonhosamente, que era uma pena que precisasse voltar a ele outra vez." Nunca me esqueci desse comentário tão contundente. (Mais tarde fiquei sabendo que essas palavras eram uma paráfrase de uma declaração de João Wesley, fundador do metodismo.)
Semear Junto a Todas as Águas
Bem-aventurados vós os que semeais junto a todas as águas. Isa. 32:20.
No dia 7 de maio de 1946, Roger Simms, que acabara de dar baixa do exército americano, estava pedindo carona para voltar para casa quando um comerciante dirigindo um Cadillac novo parou no acostamento.

- Vai para Chicago? - perguntou o motorista.
- Até lá, não - respondeu Simms, enquanto entrava no carro. - O senhor mora em Chicago?

- Sim, meu nome é Hanover e sou comerciante em Chicago.
Enquanto viajavam, Roger, um cristão, sentiu-se impressionado a fazer um contato missionário com seu benfeitor, mas deixou para mais tarde. Finalmente, a 30 minutos de seu ponto de destino, não conseguiu mais resistir ao impulso e falou.

- Sr. Hanover, eu gostaria de dizer-lhe algo muito importante. - E apresentou a seu novo amigo, de modo discreto e atraente, a necessidade de uma entrega pessoal a Cristo. Concluiu com um apelo para que o Sr. Hanover recebesse a Cristo como seu Salvador e Senhor.

O Sr. Hanover, que havia falado pouco durante o testemunho de Roger, conduziu o carro até ao acostamento da rodovia e parou. E ali, naquele momento, entregou a vida a Cristo.

- Esta é a coisa mais maravilhosa que já me aconteceu - disse ele, com lágrimas nos olhos.

Poucos quilômetros adiante, o Sr. Hanover deixou Roger em seu destino.

Cinco anos transcorreram. Certo dia, Roger decidiu visitar o homem que lhe havia dado carona. Dirigindo-se à Empresa Hanover, disse que queria ver o proprietário. Em lugar dele, veio a Sra. Hanover.
Quando Roger lhe pediu notícias do esposo, soube que o Sr. Hanover havia morrido num acidente automobilístico a poucos quilômetros de casa, no mesmo dia em que Roger o havia conduzido a Cristo. Durante anos a Sra. Hanover tinha orado pela conversão do marido. Que conforto foi, para ela, saber que ele havia aceitado a Cristo antes de morrer!

Um cristão deve estar sempre pronto a testemunhar por Jesus. "Prega a palavra", diz Paulo, "insta, quer seja oportuno, quer não." II Tim. 4:2. Hoje, ao sair para o trabalho e encontrar pessoas, permita que o Espírito Santo lhe mostre maneiras de dar um testemunho cativante em favor de Cristo.
Sentinela Adormecida
Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da Minha boca ouvirás a palavra, e os avisarás da Minha parte. Eze. 3:17.

É responsabilidade da sentinela permanecer alerta e fazer soar o alarme se vir a aproximação do inimigo. Como a vida de tantos soldados companheiros seus depende de sua vigília, o costumeiro castigo por dormir no posto do dever é a morte diante do pelotão de fuzilamento.

Certa noite, após a batalha de Arcole (15 a 17 de novembro de 1796), Napoleão Bonaparte fez uma ronda por todos os postos de sentinelas do acampamento e viu que um dos atalaias dormia. Retirando cuidadosamente a arma do vigia sem despertá-lo, o general assumiu o dever de sentinela até quase o momento da chegada do substituto.
Perto do fim de seu período de vigília, o soldado acordou. Horrorizado por ver o general cumprindo em seu lugar o dever do qual tinha sido encarregado, e sabendo que a penalidade por dormir no posto do dever era a morte, exclamou:

- Sou um homem perdido!

- Fique sossegado - cochichou Napoleão, devolvendo-lhe a arma. - O segredo fica entre mim e você.


segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Delta do Senhor



 Delta do Senhor

Imagine você com sua Asa Delta nas costas, já conectado com a asa, 
de frente para a rampa de decolagem pronta para decolar. Você precisar tomar uma decisão própria, em relação a condição do tempo, ao vento, ao equipamento se esta bem montado, ao seu estado de espírito, para decidir se está tudo bem para você voar. Ai você logo pensa:
"é isso mesmo! hoje vou voar e tenho certeza de que tudo vai dar certo!"
         Então você escolheu por sua conta e risco que você e o seu equipamento estão seguros e  que aquele dia esta bom e perfeito para se voar.
         Nós podemos comparar o mundo espiritual tal qual um vôo de asa.
         Quanto tomamos a decisão de aceitar a JESUS como instrumento para a nossa salvação,  também podemos comparar como se fosse a nossa Asa Delta, pois também  precisamos tomar uma decisão por  conta própria, só você pode fazer isso, ninguém pode  tomar esta decisão por você,  temos que  confiar e aceitar que quando nos conectamos com JESUS, nós estaremos  seguro e que através dele teremos sucesso naquele dia, circunstancia, momento, etc..
        Ai você precisa tomar outra decisão, e pensa novamente:
" vou correr tudo quando o vento estiver de  frente!  Sei  que assim  terei sucesso conseguindo sustentação e planeio na  decolagem!".
       Esta atitude é  uma decisão de entrega, você se rende para a circunstancia, confiando na sustentação provocada pelo vento de frente e no  planeio seguro de sua Asa , esperando que tudo vai dar certo.
       Pois é o mesmo o que acontece, quando queremos voar no espírito, é a mesma coisa,  precisamos nos render as circunstancias, as dificuldades, precisamos acreditar e confiar na segurança que  JESUS nos dá através da sua disciplina (ensino de vida que foi dado por ele, durante  sua passagem aqui na terra para que a praticássemos), e crer que o vento que vem de frente é o ESPÍRITO SANTO, e é ele que vai dar sustentação, apoio quando você correr em direção das dificuldades da vida.
        Logo que decola, você já começa a procurar por uma térmica para tentar enroscar, com o objetivo de alcançar a altitude máxima daquele dia, próximo as nuvens, para conseguir ter um aproveitamento melhor e permanecer o maior tempo possível em vôo, conquistando assim o melhor visual, e curtindo o vôo de montão.
        Nós voadores sabemos que não é muito fácil enroscar numa térmica, tem que ter treinamento e adquirir experiência e bastante paciência para poder subir. Tem que batalhar até conseguir, lutar para não desistir, e procurar se concentrar o máximo para conquistar as nuvens.
        Aqui também podemos comparar, quando você já sustentado pelo ESPÍRITO SANTO, começa a procurar uma oração, e quando você encontra e começa o enroscar na oração, tendo a paciência de não parar, tendo o habito de treinar a orar, você começa a subir cada vez mais alto, pois a palavra de DEUS, a Bíblia, diz que DEUS aspira nossas orações, e ai quando começamos a subir em espírito, conseguimos voar muito mais alto, mais alto do que uma asa possa alcançar,  porque voando no espírito  conseguimos entrar na presença de DEUS, e sentimos a sua presença viva,  e assim podemos contemplar e sentir o verdadeiro, amoroso, precioso, bondoso, poderoso, misericordioso,  DEUS.
       A sua luz Divina brilha tanto, que todo mal se afasta imediatamente dele, nós morreríamos na hora se chegássemos perto de DEUS com nossos pecados, mas quando cremos em JESUS e praticamos os seus mandamentos, ai somos lavados pelo sangue de JESUS, nossos pecados são perdoados e conseguimos entrar na presença de DEUS e logo somos contagiados pelo seu amor. Rapaziada não existe coisa melhor. É maravilhoso e muito emocionante.
       É uma loucura para o homem tentar entender a sua grandeza. A sua majestade nos traz adrenalina total, por isso reconheço e me dobro a seus pés, porque ele é o Rei, o Pai, dono de tudo e muitos o temem, e não gostam nem de falar sobre isso. Lógico, pois é ele que esta sobre o controle de tudo, ele esta em todo lugar e esta vendo tudo e todos,  pois é o nosso criador, o criador da terra, do céu, do mar, e de tudo que há sobre esta terra.
       A sua promessa é que sempre que pousarmos na roubada com JESUS ele vai nos resgatar.
       Sem JESUS é impossível alcançar a DEUS, esta escrito: "Ninguém verá a gloria de DEUS e nem alcançara o céu  sem JESUS".
a PROMESSA é que voando com JESUS nós não ficaremos na roubada e voaremos em terras estranhas e conquistaremos os nosso objetivos que é a VIDA ETERNA.
       Para isso  precisamos primeiro crer e nos entregar a seu filho unigênito JESUS a quem DEUS deu a  gloria e majestade, e que em oração devemos pedir ao ESPÍRITO SANTO que abra o nosso entendimento sobre os nosso pecados e que em nome de JESUS os nossos pecados sejam perdoados, pois DEUS ama o pecador mas odeia o pecado, por isso precisamos nos purificar, e JESUS é a água, que nos limpa, nos purifica, pois JESUS é puro, foi o único homem em carne e osso que viveu nessa terra sem pecados, o único santo, sem manchas, o ultimo sacrifício vivo dado por DEUS, o cordeiro de DEUS que se sacrificou por nós, para tirar os nossos pecados e para nos resgatar livrando-nos da morte eterna e assim levar-nos de volta para a presença de DEUS e conquistamos a vida eterna.
   JESUS é a Asa que temos para podermos atravessar o abismo que existe entre o homem e  DEUS,   e com  a ajuda do ESPÍRITO SANTO com certeza acharemos a JESUS e conseguiremos vencer as dificuldades e atravessaremos o abismo, e pousaremos em segurança ao lado do Pai e conquistaremos o maior troféu que é a vida eterna, ao lado do trono, junto com a santíssima trindade,   isso quer dizer voar alto sempre, sempre, e sempre.......Amém.
Pessoal o  mais interessante de tudo isso,  é que o vôo no espírito  é de graça, você não gasta nada, e voa mais alto do que muitos que voam por ai.  Vá corre tudo que com certeza nesta rampa de decolagem,  o vento esta sempre de frente aguardando que você decole com JESUS

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Amar os Inimigos


Amar os Inimigos

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. S. Mat. 5:43 e 44.

Durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, um homem chamado Wildman, de Efrata, Estado da Pensilvânia, adquiriu má reputação por ter agredido verbalmente o Pastor Peter Miller, da igreja de Dunker, na mesma cidade. Wildman alistou-se no exército. Enquanto ainda estava prestando serviço, descobriu-se que ele era um espião. Foi julgado, condenado e sentenciado à forca.
Miller ficou sabendo da sentença. Seu coração foi tocado. Caminhou 95 quilômetros até Filadélfia para interceder em favor de Wildman. Quando apresentou sua súplica perante o general George Washington, este respondeu:

- Lamento, mas não posso atender o pedido para poupar a vida de seu amigo.

- Mas, senhor, ele não é meu amigo - explicou Miller. - É meu pior inimigo.

- Quer dizer que o senhor caminhou 95 quilômetros para suplicar pela vida de seu inimigo? Isso coloca a questão sob um ângulo totalmente diferente. Vou deferir seu pedido.

Washington assinou o documento de perdão e entregou-o a Miller, que caminhou mais 25 quilômetros até onde Wildman se encontrava aguardando a execução. Quando Wildman viu que Miller se aproximava, comentou sarcasticamente com seus companheiros de sentença:

- Lá vem chegando o velho Peter. Veio para assistir ao meu enforcamento.

Nem bem Wildman havia acabado de dizer isso, quando Miller se enfiou pela multidão e entregou ao homem condenado o documento que o perdoava.

O que o Perdão Pode Fazer
Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. S. Luc. 23:34.

Wilfred T. Grenfell, famoso médico missionário, nasceu em 1865. Em 1892, ainda na faixa dos vinte anos, ele dedicou sua vida ao povo da costa oriental do Canadá, onde serviu ao seu Senhor até cinco anos antes de sua morte, em 1940. Certa vez, quando lhe perguntaram o que o havia influenciado para que dedicasse a vida ao trabalho cristão humanitário naquela fria e agreste região do Labrador, aqui está a razão que ele deu:

Certa noite, uma senhora foi levada para a sala de emergência do hospital onde ele trabalhava. Era evidente que não havia esperança de vida para ela. Segundo o depoimento de testemunhas, o marido dela havia chegado bêbado em casa e, num ímpeto de ira, jogara contra ela um lampião aceso de querosene. Os vizinhos chamaram a polícia. O marido, que começava a ficar sóbrio, e um oficial foram até o leito onde ela se encontrava. O oficial curvou-se e perguntou àquela senhora exatamente o que havia ocorrido. A princípio ela recusou-se a dizer qualquer coisa, mas ele insistiu. Por fim, ela simplesmente disse: "Senhor, foi apenas um acidente." E morreu pouco depois.

Grenfell disse que se o amor podia perdoar uma agressão daquela magnitude, ele queria seguir o exemplo de Jesus e dedicar a vida ao ministério em favor dos outros. Será que o perdão daquela senhora exerceu um efeito semelhante sobre o marido? Não sei, mas vamos esperar que sim.

Perdoar aqueles que nos ofenderam, aqueles que sob um ponto de vista humano não merecem perdão, pode exercer um poderoso efeito para o bem. Quando Jesus perdoou aqueles que O crucificavam, causou uma impressão profunda em muitos dos responsáveis por Sua morte. Atos 6:7 diz que, subseqüentemente, "muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé".

Algo semelhante pode ter acontecido quando Estêvão perdoou aqueles que o apedrejaram até à morte (ver Atos 7:58-60). Não é improvável que a conversão de Saulo tenha brotado daquela experiência.

Quando você e eu fazemos como Jesus fez, e perdoamos espontaneamente aqueles que nos magoaram, o efeito sobre eles também pode ser o mesmo - mas não conte com isso. Afinal de contas, nosso objetivo na vida como cristãos é seguir o exemplo de Cristo, e não fazer com que os outros se sintam mal por ter-nos prejudicado.

O que o Perdão Pode Fazer por Você
Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo. Sal. 32:1 e 2.

Dois dias antes do Natal, Frank e Elizabeth Morris receberam um telefonema dizendo-lhes que seu filho único, Ted, de 18 anos de idade, havia sido ferido num grave acidente. A pessoa os instruía a procurar com urgência um grande hospital em Nashville, Estado do Tennessee. Quando chegaram ao hospital, um neurocirurgião lhes deu a triste notícia: Ted estava morto.

No dia seguinte, na delegacia, o casal Morris ficou sabendo que o outro motorista, Tommy Pigage, havia sofrido apenas ferimentos leves. Por ocasião do acidente, o seu nível de álcool no sangue estava três vezes acima do limite legal. Ele foi acusado como assassino, mas depois de confessar-se culpado a acusação foi reduzida para homicídio culposo. Meses mais tarde, foi sentenciado a apenas cinco anos de sursis com a estipulação de que, se violasse a sentença, teria de cumprir uma pena de dez anos na prisão. Dizer que o casal Morris (especialmente Elizabeth) ficou revoltado com uma sentença tão branda, é dizer pouco.

Mais tarde, numa reunião de mães para protestar contra o ato de dirigir sob a influência do álcool, Elizabeth ouviu Tommy contar que, ao saber da morte de Ted, ele não conseguira parar de chorar. Alguns dias mais tarde, entretanto, ele foi apanhado bebendo e levado para cumprir sua pena de dez anos.

Apesar das emoções contraditórias, Elizabeth, uma cristã, começou a visitar Tommy na cadeia. Um dia, enquanto conversavam, ele implorou perdão.

- Eu lhe perdôo - respondeu Elizabeth, acrescentando: - e gostaria que você me perdoasse por eu tê-lo odiado.

- Ah, Sra. Morris, é claro - disse ele com emoção.

Numa visita posterior, Tommy contou a Elizabeth que queria muito parar de beber, mas não conseguia. Ela lhe garantiu que ele poderia, com a ajuda de Deus. E ele conseguiu!

No dia 12 de janeiro de 1985, Tommy foi batizado. Mais tarde, ficou em liberdade condicional. O casal Morris começou a levá-lo para seu lar e a tratá-lo como filho. Escrevendo para a edição de janeiro de 1986 da revista Guidepost, Elizabeth disse que, depois disso, começou a sentir a paz que só Deus pode dar. E Tommy? Ele é uma pessoa diferente!

É isso que pode acontecer quando perdoamos - e somos perdoados.
Perdão Revogado

O rei chamou à sua presença o homem que ele havia perdoado, e disse: "Seu malvado miserável! Eu lhe perdoei aquela dívida enorme, só porque você me pediu - você não devia ter pena dos outros, do mesmo modo como eu tive de você?" Então o rei, irado, mandou o homem ser duramente castigado, até pagar o último centavo que devia. Assim meu Pai celeste fará, se vocês se recusarem a perdoar verdadeiramente os seus irmãos. S. Mat. 18:32-35 (A Bíblia Viva).

Alguns anos atrás, um homem do Estado de Kentucky, EUA, chamado Lucien Young, soube que um velho amigo dele, Samuel Holmes, se encontrava numa penitenciária e ainda tinha mais oito anos de pena por cumprir. Dirigindo-se à prisão, Lucien perguntou ao carcereiro se poderia conversar com seu velho amigo. Recebeu permissão. Por quase duas horas os dois conversaram e riram, recordando algumas de suas travessuras da juventude.

Posteriormente Lucien, que era bom amigo do governador Blackburn, foi à mansão do Executivo e pediu que o governador perdoasse o seu amigo. O governador pediu o prazo de uma semana para pensar no assunto. Quando a semana terminou, Lucien retornou ao escritório do governador.

- Aqui está o perdão - disse o governador, estendendo o documento a Lucien. - Mas antes de entregá-lo a Samuel, quero que você converse mais algumas horas com ele. Se ao final da conversa você achar que ele deve mesmo ser perdoado, eu lhe concederei a liberdade condicional, desde que você se responsabilize.

- Entendido - disse Lucien.

Lucien correu à prisão e mais uma vez obteve licença para conversar com seu amigo. Durante o transcorrer da visita, Lucien perguntou casualmente:

- Sam, quando você sair daqui, eu gostaria que se tornasse meu sócio. Concorda? Posso até ver se consigo tirá-lo daqui antes do término de sua pena.

Sam ficou em pé e caminhou um pouco de um lado para outro. Quando voltou a falar com Lucien, disse:

- Está bem. Mas antes de qualquer outra coisa, terei de resolver um negócio.

- Que negócio, Sam?

- Primeiro, vou matar o juiz e depois a testemunha que me mandou para cá.

Lucien saiu da prisão e devolveu ao governador o documento do perdão. Você o censuraria?

Se nós não perdoamos aos outros, seria de admirar que Deus revogasse o perdão que nos concede? (Ver Eze. 18:24 e 25.)
Restituição

Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. S. Luc. 19:8.

O perdão envolve o princípio da restituição, sempre que existir a possibilidade de conserto. Há alguns erros pelos quais se pode fazer restituição completa; há outros pelos quais se pode fazer uma restituição parcial; mas outros ainda existem pelos quais nunca se pode fazer uma reparação. Estes podem ser muito complexos.

Num caso que conheço, um membro da igreja defraudou seu irmão numa transação comercial. A parte prejudicada queixou-se ao pastor. O pastor convocou ambos para um encontro e ouviu os dois relatos. Ficou claro, sem sombra de dúvida, que um irmão havia defraudado o outro. A solução correta teria sido que o acusado fizesse a restituição o mais rápido possível. Nesse caso, entretanto, o pastor disse à parte ofensora: "Vá, e não peque mais." Você pode ter certeza de que a parte prejudicada não gostou nem um pouquinho da solução.

No caso de uma pessoa que tenha tirado a vida de um indivíduo sem parentes vivos, é obviamente impossível fazer qualquer tipo de reparação. Mas veja o caso de um homem que comete adultério com uma mulher casada e depois nasce uma criança. Como é que o adúltero faz restituição a sua esposa? Ao marido traído? A seus próprios filhos? À criança que nasceu dessa união adúltera? Casos como esse são de difícil solução.

Qual é o remédio? Deve a pessoa ficar pelo resto da vida sentindo culpa por não poder nunca fazer a expiação de seu erro? Ou é suficiente que diga: "O Senhor me perdoou, e isso é tudo o que interessa; não tenho mais o que fazer"? Ou deve a pessoa, depois de pedir o perdão de Deus e o de todas as partes envolvidas, colocar a questão nas mãos dEle, disposta a fazer o que o Senhor orientar, no momento em que Ele o fizer? Acho que a resposta é obvia. E esse princípio aplica-se a todos os casos nos quais a pessoa deseja fazer restituição.

Um Santuário
Assim diz o Senhor Deus: Ainda que os lancei para longe entre as nações, e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de santuário, por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. Eze. 11:16.

Santuário é um lugar onde Deus habita. Quando Ele deu a Moisés instruções para a construção do tabernáculo, disse: "E Me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles." Êxo. 25:8. Mais tarde, no tempo de Salomão, uma estrutura muito maior, construída com pedras, substituiu a habitação de Jeová que se assemelhava a uma tenda.

Como sacerdote (Eze. 1:3), Ezequiel deve ter conhecido bem o "primeiro templo" e seus serviços, bem como o fato de que no Santíssimo habitava a glória do Shekinah - a manifestação visível da presença de Deus. Devido à apostasia e rebelião, entretanto, o povo judeu havia sido levado em cativeiro; o "primeiro templo" jazia em ruínas e - Icabode! - fora-se a glória.

Agora, vivendo em terra estrangeira, muitos desses cativos tinham começado a refletir sobre o modo vergonhoso como haviam tratado a Deus. Teria Ele resolvido abandoná-los para sempre? Ainda haveria esperança? Foi nessa conjuntura que o Deus da misericórdia, por meio de Ezequiel, garantiu a Seu errante povo que não os havia abandonado por completo. Na expressão usada em nosso texto, Ele afirma ao povo que na distante terra de seu cativeiro Ele mesmo lhes seria "um santuário". Que consolo deve ter isso representado para Ezequiel e seus companheiros de exílio!

Uns 56 anos mais tarde, o povo escolhido foi restituído à Terra Prometida, e finalmente o templo e seu santuário foram reconstruídos. Uma vez mais, entretanto, o povo judeu retrocedeu para a apostasia e chegou ao ponto de rejeitar o próprio Messias. Como resultado, a sua "casa" ficou "deserta". S. Mat. 23:38.

Não existe mais sobre a Terra um santuário especial onde a presença de Deus se manifeste visivelmente. Deus, entretanto, não abandonou Seu povo. Ainda hoje Ele pode ser um santuário para você e para mim. Não importa que moremos num palácio, numa casa humilde, numa cela de prisão ou mesmo que não tenhamos um teto; Deus promete estar conosco "todos os dias até à consumação do século".
S. Mat. 28:20. Quão gratos devemos ser a Deus porque Ele ainda pode ser um "santuário" para nós!

Uma Segunda Oportunidade
Naquele dia o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do Seu povo, que for deixado. Isa. 11:11.

Na batalha de Bunker Hill, travada no dia 17 de junho de 1775, as forças sob o comando do Coronel William Prescott revelaram notável bravura diante dos soldados britânicos. Assim, quando Prescott ordenou que seus homens continuassem lutando até que pudessem "ver o branco dos seus olhos", muitos foram obedientes até à morte. Mas nem todos os americanos tiveram tanta coragem naquele dia. Depois da batalha, o Capitão John Callender, da milícia de Massachusetts, foi acusado de "covardia diante do inimigo".

Depois que George Washington assumiu o comando do Exército Continental em Cambridge, Estado de Massachusetts, no dia 3 de julho de 1775, um de seus primeiros atos foi enviar o Capitão Callender à corte marcial. No final daquela desagradável circunstância, Callender foi expulso do exército, passando pela maior vergonha.

Mas não foi esse o fim da história. Callender alistou-se novamente como pracinha e, um ano mais tarde, durante a perigosa retirada de Washington após a batalha de Long Island, demonstrou uma coragem tal que o general revogou publicamente a sentença e restituiu-lhe a posição de oficial em seu exército.



A Necessidade de Estar Vestido


A Necessidade de Estar Vestido

Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha. Apoc. 16:15.

Desde que Adão e Eva comeram do fruto da árvore proibida, os seres humanos (generalizando) têm sentido vergonha de aparecer despidos em público. Até mesmo aqueles que têm pouco ou nenhum contato com a civilização, normalmente usam algum tipo de tanga para cobrir-se.

Alguma vez você já sonhou ter aparecido nu em público? A maioria já teve esse sonho. Recentemente, um amigo meu sonhou que estava nu em sala de aula. Podemos imaginar-lhe o constrangimento. Seu professor olhou-o dentro dos olhos, chamou-o pelo nome e lhe fez uma pergunta sobre a lição. Quando ele respondeu que não sabia, o professor mandou-o embora, sem-cerimônia.

Meu amigo diz que sabe como se sentiu o homem da parábola de Jesus sobre o traje nupcial, quando o rei entrou e viu-o impropriamente vestido (S. Mat. 22:2-13). Era culpa dele mesmo, pois o rei havia providenciado trajes para todos.

Apocalipse 3:17-20 descreve Jesus batendo a uma porta. O indivíduo atrás da porta é descrito como alguém que alega ser rico, abastado e que não precisa de coisa alguma. A verdade, porém, é que ele é "infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu" (grifo acrescentado). A condição de tal pessoa não corresponde à sua alegação. Finge não precisar de nada, mas no fundo do coração sabe que está pelado. Podemos entender sua relutância em abrir a porta, mas a solução do problema está com Aquele que espera ser recebido dentro da casa.
Em seu sonho, meu amigo parecia não ter forma de sair daquele apuro. Mas graças a Deus, enquanto o dia da salvação não chega, os pecadores podem aceitar as "vestiduras brancas" oferecidas pelo Anfitrião celestial, para que se vistam e não seja manifesta a vergonha de sua nudez (ver Apoc. 3:18).

Como Tratar um Transgressor
Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Gál. 6:1.

Walter B. Knight, autor de um livro de ilustrações, relata que certo membro de igreja cometeu grave pecado, tendo tocado ao pastor o dever de lidar com o problema. Levou-o à comissão da igreja. Todos concordaram com o fato de que o pecado era hediondo. Uma irmã da comissão, furiosa, disse que aquele era um tipo de pecado do qual ela jamais seria culpada. Todos os outros membros da comissão, com exceção de um, concordaram com ela: ninguém seria apanhado cometendo aquele pecado específico. O membro que foi exceção declarou que, se tivesse sido tentado, poderia ter caído mais baixo ainda.

Quando a comissão resolveu que o irmão transgressor devia ser visitado, para se tratar do seu erro e de sua situação perante a igreja, o pastor escolheu levar consigo o membro da comissão que admitiu que poderia ter pecado ainda mais gravemente. Disse o pastor: "O irmão parece ser o único, entre nós, que tem o devido espírito para visitar nosso irmão em pecado e restaurá-lo à comunhão da igreja e aceitação do Senhor."

Quando lemos Gálatas 6:1, torna-se evidente que com demasiada freqüência, em nosso trato com pecadores, deixamos de seguir o princípio e manifestar o espírito requerido pelo texto. "Mas", poderia objetar alguém, "como é que uma pessoa pode reprovar o pecado se admite que poderia ter feito coisa pior ainda? Uma pessoa deve pelo menos estar acima daquele pecado em particular; caso contrário, não tem autoridade moral."

Isso pode ser verdade, mas abordar um pecador com essa atitude "sou-mais-santo-que-você" (ver Isa. 65:5) vai apenas afastá-lo para mais longe ainda. Se já houve alguém que teve o direito de tratar pecadores com tal espírito, essa pessoa foi Jesus, que nunca pecou. E o curioso é que Ele jamais usou essa abordagem! (Ver S. João 8:3-11.).



quinta-feira, 29 de julho de 2010

Advogado de Defesa



Advogado de Defesa

 

Estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto Pai, Jesus Cristo, o justo. I S. João 2:1.


Uma noite dessas telefonei para Steve, nosso segundo filho, que é advogado no Norte da Califórnia. Durante nossa conversa, perguntei com que tipo de processos ele andava trabalhando ultimamente.
Contou que alguns dias antes havia servido de defensor para um réu envolvido na venda de um carro. O querelante havia decidido ser seu próprio advogado. Steve concluiu repetindo o velho adágio: "Aquele que age como seu próprio advogado, tem um insensato como cliente." É melhor encarregar outra pessoa de defender nosso caso, em lugar de tentar defendê-lo nós mesmos.

Uma das mais emocionantes defesas de toda a história foi a que Judá fez para livrar Benjamim. Você recorda que Judá havia sido o instigador da conspiração para vender José como escravo, mas nos anos subseqüentes ele se convertera. Agora, diante de José, a quem ele não reconhece, implora para que Benjamim possa retornar a seu idoso pai (ver Gên. 37-45).

No clímax de seu discurso, Judá diz: "Teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com meu pai todos os dias. Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá." Gên. 44:32-34.

Que mudança em Judá! Que "mudança" em José, por causa da defesa de Judá! "José não podia mais agüentar tudo aquilo." Gên. 45:1, A Bíblia Viva. Enquanto testava seus irmãos, José parecia severo. Mas tendo eles passado no teste, José revelou abertamente o amor por seus irmãos - um amor que ele havia mantido aquele tempo todo.
O Pai, diante de quem nosso Advogado defende nossos casos, pode parecer severo, assim como José. A justiça precisa ser executada, mas temos a certeza de que o próprio Pai nos ama (ver S. João 16:27). Assim, concluído o último julgamento, tendo satisfeito as exigências da justiça perante o Universo, Deus revela abertamente o Seu amor por aqueles que passaram no teste. (Ver Apoc. 20:11 a 21:5.)

Brincar com Fogo
Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés? Prov. 6:27 e 28.

Você já ouviu falar de pessoas que andam sobre brasas e não se queimam? Talvez você já tenha visto, como eu, filmes de hindus que caminham sobre brasas vivas, aparentemente negando o adágio de Salomão. Não sei como o fazem; creio, no entanto, que de certa forma são ajudados pelo grande enganador.

Fred Hardin, um colega meu na Universidade de Potomac, assistiu a uma cerimônia dessas no Sri Lanka, a qual confirmou a observação de Salomão. Ele e um missionário de outra denominação viram alguns homens desses caminharem sobre brasas extremamente quentes, sem sofrerem nenhum dano aparente em seus pés. O companheiro de Hardin decidiu fazer uma tentativa semelhante.

Talvez tenha reclamado presunçosamente a promessa: "Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti." Isa. 43:2, cf. Lev. 18:21. Tirou os sapatos e as meias, dirigiu-se ao terreno incandescente e, no instante seguinte, estava saindo aos pulos, com os pés gravemente queimados.

As metáforas de Salomão em nosso texto referem-se ao sexo ilícito. Sabemos disso porque no versículo 29 ele fala do homem que comete adultério com a "mulher do seu próximo".

Em um dos países onde morei, no qual a prostituição imperava, um dos missionários achou que Deus o estava chamando especialmente para ministrar às mulheres da rua. Foi advertido quanto ao perigo de envolver-se, mas ignorou as palavras de cautela - e durante algum tempo obteve grande sucesso. De tempos em tempos, relatava à sua esposa as maravilhosas vitórias que estava alcançando e as almas já conquistadas. Ela suplicava para que ele parasse com aquilo, mas foi em vão. Finalmente, o obreiro precisou deixar o campo missionário por ter caído em tentação.
Salomão está certo, sim. Não se pode brincar com o fogo do qual ele fala, sem acabar sofrendo graves queimaduras. O melhor rumo a seguir é permanecermos afastados tanto quanto possível desse tipo de fogo "estranho".
Cisternas Rotas e Água da Vida
O Meu povo cometeu dois pecados terríveis: eles Me abandonaram, a Mim, a Fonte da água da Vida, e construíram para si poços furados, que não prendem a água! Jer. 2:13 (A Bíblia Viva).

Alguns anos atrás, tive o privilégio de participar, junto com um grupo, de uma viagem às terras bíblicas. Em um de nossos passeios, visitamos Petra, a antiga capital dos edomitas. A cidadela daquele povo situava-se numa colorida mesa de arenito, cujo topo inclinava-se na direção de um brusco declive. Pequenos canais tinham sido feitos no arenito para conduzir a água da chuva a várias cisternas escavadas perto do declive. Aqueles reservatórios agora estavam totalmente secos, incapazes de reter água - se devido a terremotos ou à passagem do tempo, não sei.

Em nosso verso, a água representa a verdade. O povo nos dias de Jeremias tinha abandonado a Deus, a Fonte da verdade, substituindo-O por deuses falsos e práticas religiosas associadas a eles. As mensagens de Jeremias tencionavam despertar o povo para a sua necessidade do Deus verdadeiro.

Muitos anos atrás, uma casa perto de Bucyrus, Estado de Ohio, nos Estados Unidos, foi atingida por um raio. Em menos tempo do que se leva para contar a história, o raio queimou uma trilha pelos beirais da casa, através das calhas e para dentro da cisterna. Por sorte a casa não pegou fogo. Não muito tempo depois da tormenta, um dos filhos daquela família foi encarregado de pegar um balde de água e ele descobriu que a cisterna estava seca. Um exame mostrou que o raio havia queimado um buraco no fundo da cisterna, fazendo com que a água vazasse.

Quando o pai desceu para vedar o vazamento, ouviu um som de água corrente. Depois de uma investigação, descobriu um lençol de água subterrâneo. Foi cavado um poço onde havia existido a cisterna, e daquele dia em diante a família teve abundância de água fresca, pura e límpida. Perderam uma cisterna, mas ganharam uma fonte inesgotável de água viva.

Evidência Convincente
Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; e sabei que o vosso pecado vos há de achar. Núm. 32:23.

No tempo em que piratas e corsários singravam o Mar das Antilhas, o navio de guerra britânico "Sparrow" suspeitou que o brigue "Nancy" estava carregando contrabando e mandou-o parar ao largo da costa do Haiti. Um exame dos documentos e da carga revelou apenas evidência circunstancial. Apesar disso, o capitão do "Sparrow" achou que tinha motivo suficiente para rebocar o "Nancy" ao porto de Kingston, na Jamaica, e acusar o comandante e a tripulação de transporte ilegal de carga.

Enquanto isso, o oficial responsável por uma barca auxiliar da fragata britânica "Abergavenny", que por acaso singrava as mesmas águas, observou que vários tubarões se alimentavam de um novilho morto. Decidiu tentar apanhar um dos predadores por esporte e ordenou que o navio se colocasse ao lado do animal morto. Os marinheiros conseguiram arpoar um dos tubarões.

Trazendo-o a bordo, abriram-no e descobriram em seu estômago um maço de papéis. Uma verificação revelou que pertenciam ao "Nancy". Certo de que aqueles documentos seriam úteis, o comandante rumou para Kingston.

O "Abergavenny" chegou ao porto não muito tempo depois que o "Nancy" começou a ser julgado. O comandante e a tripulação deste, bem como seus advogados, tinham certeza de que o caso seria arquivado por falta de provas. Mas qual não deve ter sido a sua consternação ao verem de repente os documentos encontrados na barriga do tubarão! Em vez de serem absolvidos, foram condenados.
"Todos pecaram." Rom. 3:23. Sabemos disso. Também sabemos que há evidências abundantes contra nós. Não importa quão bem escondidos julguemos estar os nossos erros, a menos que sejam confessados, perdoados e abandonados, um dia eles nos acharão - se não nesta vida, então no dia do juízo (Ecle. 12:14). "Os pecados de alguns homens são notórios e levam a juízo, ao passo que os de outros, só mais tarde se manifestam." I Tim. 5:24.

Ao procurar deixar as coisas em ordem na sua vida, permita que o Senhor o guie. Não seja apressado nem tardio, mas deixe que Ele o dirija passo a passo.

Por que Deus nem Sempre Ouve
Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça. Isa. 59:1 e 2.

Pouco depois de eu ter começado a namorar Vesta, hoje minha esposa, passamos pela casa da avó dela em Lodi, Califórnia. Durante a visita, vovó Sanford serviu-nos o seu delicioso pão integral feito em casa. Na visita seguinte, vovó estava doente, na cama. Conversamos com ela por algum tempo, depois fomos para a cozinha, onde fiquei com água na boca desejando uma fatia daquele gostoso pão. Em voz baixa, perguntei a Vesta onde ela guardava o pão, esperando que me fosse oferecida uma fatia.

- Está dentro do pote de cerâmica no guarda-louças, ao lado da pia - disse vovó lá do seu quarto, deixando-me assustado.
Eu não podia acreditar. Havia falado em voz bem baixa, mas vovó tinha escutado a mais de 7 metros dali, dois quartos adiante!
- Ela consegue ouvir-nos? - perguntei a Vesta, praticamente movendo só os lábios.

Vesta disse que sim, com a cabeça.
Na outra vez em que visitamos a vovó e fomos à cozinha, tomei a precaução de cochichar minhas "necessidades" a Vesta. Bem, vovó não conseguiu entender o que eu disse, mas me ouviu cochichando. E disse lá do seu quarto:

- Don, se não vale a pena dizer em voz alta, então é porque não vale a pena ser dito.

Algumas vezes, quando minhas orações não são atendidas, me pergunto se a audição de Deus não seria um pouco menos aguçada que a de vovó. Você já se sentiu assim?

Será que Deus realmente ouve nossas orações? É lógico que ouve! "O que fez o ouvido, acaso não ouvirá?" Sal. 94:9. Por que, então, Ele nem sempre nos responde?

Quando Deus parece não ouvir nem atender nossas orações, há duas razões: ou nossas preces são impedidas por algum pecado acariciado (ver I S. Ped. 3:7; Isa. 59:1 e 2) ou pedimos com motivos errados (ver S. Tiago 4:3). Em outras palavras, nós pedimos, mas não segundo a vontade de Deus (I S. João 5:14).

Assim, se você quiser que Deus sempre ouça e atenda suas orações, confesse e abandone pecados conhecidos e submeta sua vontade à dEle, compreendendo que Ele sabe o que é melhor.

Romper com o Pecado
Portanto, ó rei, aceita o meu conselho, e põe termo em teus pecados pela justiça. Dan. 4:27.

Uma das lembranças que meu pai me deixou foi uma agendinha que ele conservava desde a adolescência. Numa das páginas aparecem estas palavras escritas com uma letra que não era a dele: "Prometo deixar de fumar assim que meu estoque de tabaco se acabe. (Assinado) Dudley."

Um dia perguntei a papai se o tal Dudley tinha cumprido a promessa. Ele respondeu que, aparentemente, sim - por algum tempo. E contou que uma ou duas semanas mais tarde encontrou Dudley com um maço de Bull Durham no bolso da camisa. Quando papai lhe perguntou por que andava com aquilo de um lado para outro, Dudley brincou: "Levo o maço comigo para o caso de eu ser tentado."

Alguns podem achar engraçada a resposta de Dudley, mas abandonar o mal não é uma questão divertida. Pode haver conseqüências eternas. Quando se trata de pecado, a melhor coisa é romper definitivamente, em vez de "ir levando" até conseguir livrar-se.

É triste dizer que, não muito tempo depois de tentar fazer com que Dudley parasse de fumar, papai fugiu de casa, andou pelos caminhos do mundo e ele próprio adquiriu o hábito de fumar. Fico feliz porque Deus, em Sua misericórdia, não O abandonou. Dez anos mais tarde, papai assistiu a algumas reuniões evangelísticas e, pela graça de Deus, rompeu com o hábito de uma vez por todas.

Antes disso, papai havia tentado várias vezes parar de fumar, diminuindo aos poucos o número de cigarros fumados por dia. Não conseguiu. Não quero dizer que Deus não possa usar esse método com algumas pessoas. Creio que Ele pode e o faz. Com efeito, creio que Ele até mesmo ajuda as pessoas que alegam ter parado abruptamente, gabando-se de que Deus não teve nada a ver com isso. Como podem ter tanta certeza de que Deus não teve nada a ver? Depois de tudo, quem pode dizer que por trás dos bastidores Deus, em Sua misericórdia, não os tenha ajudado? Em qualquer caso, o conselho inspirado de Daniel sugere que o método preferido de Deus é o de "pôr termo" nos pecados de uma vez por todas, e não aos pouquinhos.

Se a Língua Pecar...
Ora, a língua ... é mundo de iniqüidade; ... contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno. S. Tiago 3:6.

Há muitos anos, quando meus pais eram missionários na Ilha da Madeira, papai viu um cartão postal que o impressionou. (Esse postal está hoje comigo.) Retrata um marido, de martelo na mão e um sorriso satisfeito nos lábios, pregando a língua desmesuradamente grande de sua esposa na mesa da cozinha. Ela está ajoelhada, com as mãos amarradas para trás.

Na época em que papai viu esse cartão, nossa igreja em Funchal estava tendo problemas com as fofoqueiras (lá, eram chamadas bilhardeiras). Papai não costumava errar, mas dessa vez ele errou.
Imaginou que as fofocas cessariam se ele pregasse o cartão no quadro de anúncios da igreja. Não cessaram. O cartão serviu para inflamar ainda mais o problema. A principal fofoqueira aparentemente se reconheceu na gravura e considerou-a uma ofensa pessoal contra o seu caráter.

Por coincidência, pouco depois disso, começamos a receber um jornal da América. Um dos exemplares causou uma impressão indelével sobre a minha mente; mostrava uma mulher segurando uma toalha sobre a boca; estava obviamente sentindo muita dor. A história sob a ilustração declarava que ela era uma enfermeira que havia decidido curar-se do hábito da fofoca, cumprindo literalmente a instrução dada em S. Marcos 9:43-48. Havia cortado a ponta de sua língua. Não fiquei sabendo se o seu ato teve como conseqüência um efeito salutar. E dessa vez papai não pregou o recorte no quadro de anúncios.

Alguns homens parecem pensar que só as mulheres fofocam. Estão errados! O mexerico de modo algum se restringe apenas a elas. Já conheci homens mexeriqueiros (eu, inclusive); só que nós dávamos a esse hábito o nome de "informação". De alguma forma, a mudança do nome fazia com que o ato parecesse quase bom.


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