O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre. Prov. 22:9.
Muito tempo atrás, um rapaz que estava viajando para a região Oeste dos Estados Unidos chegou a uma fazenda e pediu uma acomodação onde pudesse passar a noite. O proprietário recebeu-o com boa vontade. Pouco depois, outro viajante e sua esposa pararam e perguntaram se poderiam pernoitar ali. O jovem marido, que sofria de tuberculose, explicou que tinha somente quatro dólares para pagar o alojamento. O fazendeiro convidou-os a entrar e disse que não cobraria nada pelo pernoite.
O primeiro rapaz, sentindo pena do viajante enfermo, ofereceu-lhe sua cama e disse que dormiria no celeiro, o que ele realmente fez. Na manhã seguinte, quando o homem doente e sua esposa estavam partindo, o fazendeiro colocou 100 dólares na mão dele e disse que os usasse, sem preocupar-se no caso de não poder devolvê-los.
Vinte anos se passaram. O primeiro rapaz viajava perto da fazenda onde havia pernoitado tantos anos atrás e decidiu ver se o proprietário ainda morava no mesmo lugar. Morava. Enquanto recordavam aquele dia, outro visitante bateu à porta. Por uma dessas coincidências únicas na vida, era o outro viajante! Havia recuperado a saúde, e a fortuna lhe havia sorrido. Tomara conhecimento, recentemente, de que seu generoso anfitrião havia sofrido sérios reveses financeiros. Estava passando por ali para pagar a generosidade dele.
- Amigo - disse ele ao fazendeiro - você me deu 100 dólares quando eu estava necessitado, e agora quero pagar-lhe 100 dólares para cada dólar que me deu.
Bem que eu gostaria de saber os nomes das pessoas dessa história, mas não sei. Tudo o que sei é que ela foi "contada pelo rapaz que chegou primeiro àquela casa de fazenda".
A generosidade tem suas recompensas, até mesmo nesta vida. Jesus disse: "Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão." S. Luc. 6:38. Mas não espere que sempre aconteça dessa maneira. Seja generoso porque isso faz parte da regra áurea - e espere bênçãos espirituais, não materiais.
A Recompensa de Quem Trabalha nos Bastidores
Haverá uma parte igual para os de cada grupo - uma parte para os que foram à batalha, e outra para os que tomaram conta do equipamento. I Sam. 30:24 (A Bíblia Viva).
Um livro que fala das condições de trabalho nos estaleiros britânicos menciona duas classes de operários; uma é conhecida como os "cravadores" e a outra como os "pegadores". Sabemos quem são os cravadores. Os golpes ensurdecedores de seus martelos de ar comprimido soam de cada nova embarcação que está sendo fabricada. Os pegadores, cujas tenazes agarram os parafusos de aço aquecido ao rubro e os deixam prontos para o uso dos cravadores, fazem um trabalho menos emocionante e aclamado.
Os dois tipos de operários são semelhantes aos cristãos que labutam na causa do Senhor. Alguns, como os cravadores, parecem trabalhar à luz dos refletores e recebem toda a glória. Outros, como os pegadores, não fazem nenhum alarde mas são absolutamente essenciais para a realização do trabalho, embora recebam pouco ou nenhum crédito.
Na parábola dos trabalhadores, os operários que foram contratados de manhã concordaram em trabalhar na vinha por um denário - o pagamento normal de um dia de trabalho. Os que foram contratados mais tarde, inclusive os da undécima hora, receberam a garantia de que obteriam um pagamento justo. No fim do dia, quando o proprietário efetuou o pagamento dos trabalhadores e deu aos que chegaram por último a mesma quantia dada aos que haviam trabalhado o dia todo, aqueles que tinham trabalhado mais tempo reclamaram que deveriam ter recebido mais. Essa parábola, explicou Jesus, representa o reino dos Céus.
Não devemos supor que no dia em que for dada a recompensa, aqueles que trabalharam mais se queixarão de que a vida eterna não é suficiente e de que deviam receber mais "pagamento". A questão é que todos os salvos receberão a mesma recompensa - a vida eterna.
Suponho que alguém insatisfeito com essa recompensa nem mesmo estaria vivo para recebê-la. Todos nós, tenho certeza, ficaremos felizes até mesmo com o fato de termos sido salvos para a eternidade. Se alguns nesta vida receberam mais crédito que outros, o que é isso em comparação com o "eterno peso de glória" que será o prêmio dos fiéis? (Ver II Cor. 4:17.)
Depois de Muitos Dias
Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. Ecle. 11:1.
Em 1568, quando a rainha Maria da Escócia fugiu para a Inglaterra, levou consigo um colar de raras pérolas negras. Dezenove anos mais tarde, quando foi executada, o ornamento desapareceu. O governo britânico ordenou uma busca, mas o colar jamais foi encontrado. Depois de muito tempo e considerável esforço, teve de ser suspensa a busca, mas o caso não foi esquecido.
Mais de 350 anos depois, duas mulheres americanas, viajando pela Grã-Bretanha, entraram numa velha loja de presentes à procura de uma lembrancinha para levar para casa. O encarregado da loja mostrou-lhes um colar de contas pretas encardidas, que ele ofereceu por um xelim (vigésima parte da libra). As senhoras o adquiriram e o levaram a um joalheiro, para que limpasse as continhas.
Vários dias mais tarde, quando as mulheres passaram por lá para retirar o "souvenir", um representante do governo britânico informou-lhes que as contas constituíam o colar da Rainha Maria, perdido fazia tanto tempo. Para reavê-lo, o governo pagou às senhoras a quantia de cinco mil libras esterlinas.
Mais Além Plus Ultra
Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá. S. João 11:25.
Nas Ilhas dos Açores, onde morei quando adolescente, foram encontradas moedas cartaginesas de algumas centenas de anos antes de Cristo. Essas moedas apóiam a crença de que marinheiros fenícios descobriram aquelas ilhas bem antes de terem sido reivindicadas para Portugal por Gonçalo Velho Cabral em 1431.
No século XII da era cristã, geógrafos árabes mencionaram a existência de nove ilhas no Oceano Ocidental, ou Atlântico. Esse conhecimento, entretanto, perdeu-se aparentemente durante a Idade Média. Portugal, assim, localizado na costa ocidental da península mais ocidental da Europa, manteve por centenas de anos o seu lema Nec Plus Ultra, "Nada Mais Além".
Naquele tempo, muitos criam que, se alguém saísse navegando para além do horizonte, acabaria caindo pela extremidade da Terra. Mas à medida que pescadores e outros se aventuravam cada vez mais longe no Atlântico, iam percebendo que seus temores não tinham fundamento. Então, quando ousados navegadores como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Cabral e outros descobriram mais terras além do horizonte, Portugal mudou seu lema para Plus Ultra, "Mais Além".
Para muitas pessoas, não existe nada além do mar da vida, esta existência presente. Seu lema é, na essência, Nec Plus Ultra ou, como disse Robert Ingersoll, bem conhecido ateu americano: "A vida é um estreito vale entre os frios e estéreis picos de duas eternidades."
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Aquele que vos der de beber um copo de água, em Meu nome, porque sois de Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão. S. Mar. 9:41.
Alguns anos atrás, Sam Foss, escritor e viajante, chegou a uma cabana pequena e rústica situada no topo de uma colina, na Inglaterra. Viu ali por perto uma placa que dizia: "Sirva-se. Tome água fresca." A pouca distância ele encontrou uma fonte de água geladinha. Acima da fonte estava pendurada uma antiga caneca, e sobre um banco próximo havia uma cesta de maçãs e outra placa que convidava o transeunte a servir-se.
Curioso por conhecer as pessoas que demonstravam tanta hospitalidade para com estranhos, Foss bateu à porta. Um idoso casal atendeu, e Foss perguntou-lhes acerca da fonte d'água e das maçãs. Explicaram que não tinham filhos. O seu pedacinho de terra produzia uma reduzida colheita, mas como tinham abundância de água fresca, queriam simplesmente partilhá-la com quem passasse por ali.
- Somos muito pobres para dar dinheiro de esmola - disse o marido - mas achamos que deste modo podemos fazer algo pelas pessoas que passam por aqui.
Conta-se que o gesto altruísta daquele idoso casal inspirou o poema "A Casa Junto ao Caminho".
Não são os grandes presentes dados com ostentação que o Céu mais considera, mas sim os pequenos atos de amor e bondade.
Recompensa por Fazer o Bem
Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o Seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Heb. 6:10.
Num dia quente de verão, há pouco mais de cem anos, um jovem estudante de Medicina estava indo de casa em casa numa comunidade rural do Estado de Maryland, Estados Unidos, vendendo livros para obter dinheiro e poder pagar seus estudos. No fim da tarde, bateu à porta de uma casa de fazenda onde a única pessoa que encontrou foi uma garota adolescente. Depois de ele fazer sua apresentação, a menina disse:
- Lamento muito, mas minha mãe é viúva e nós não temos condições de comprar livros.
O rapaz então perguntou:
- Você poderia por favor me dar um copo d'água?
- É claro. Mas nós temos bastante leite fresquinho. Você não preferiria um copo de leite em lugar de água?
- Eu ficaria muito agradecido - respondeu o jovem.
Transcorreram anos. O estudante de Medicina tornou-se um hábil médico. Certo dia, durante o plantão, chegou à conclusão de que uma das pacientes era aquela que, quando garota, havia sido bondosa para com ele. A moça, entretanto, estava doente demais para reconhecê-lo. As coisas começaram a acontecer. Aquela jovem foi removida para um quarto particular e passou a receber a melhor atenção que a ciência médica podia oferecer.
Depois de alguns dias, uma enfermeira lhe disse:
- Amanhã você poderá voltar para casa.
- Fico feliz - disse a paciente - mas a conta do hospital me preocupa.
- Eu vou buscá-la e então veremos em quanto ficou.
A enfermeira retornou com o tesoureiro do hospital, que apresentou a conta à paciente. Ela olhou logo para a última linha. Ficou chocada com a elevada quantia. Mas então viu algumas palavras escritas atravessadas sobre o extrato de sua conta: "Plenamente pago por um copo de leite. - Dr. Howard A. Kelly."